Portugal está “mais bem preparado” para enfrentar esta crise. DBRS dá três razões para o otimismo
Agência de notação financeira diz que o país está em melhor posição para enfrentar esta crise do que a de 2011. E dá três razões.
Portugal viveu uma dura crise há quase uma década. Agora, mergulha noutra, provocada pela pandemia, mas o contexto é totalmente diferente. A DBRS vê, agora, um país mais bem preparado para enfrentar esta crise, apontando três razões para esse otimismo.
“O rácio de dívida pública de Portugal deverá superar os 130% do PIB em 2020, podendo ser ainda mais elevado do que o pico registado em 2014”. Contudo, “há várias razões para acreditar que as finanças portuguesas estejam mais preparadas para enfrentar este choque do que estavam na anterior crise”, diz a agência de notação financeira canadiana.
Entre os vários motivos, aponta três:
- “Em primeiro lugar, Portugal chegou a esta crise depois de ter conseguido alcançar um equilíbrio nas contas públicas”, tendo mesmo registado um excedente em 2019, o primeiro da democracia;
- Em segundo, a probabilidade de elevadas responsabilidades passarem para as contas públicas, apesar de altamente incertas, parecem moderadas”, diz a DBRS, referindo-se tanto à TAP como ao Novo Banco. Esta perspetiva positiva deve-se a um regime fiscal mais “transparente e melhor controlado, bem como ao fortalecimento do sistema financeiro”.
- Por último, a DBRS nota que “o custo com a dívida pública é favorável em comparação com a última crise, apesar de o nível de endividamento ser superior”. Com o Banco Central Europeu (BCE) no mercado, os juros da dívida nacional estão em mínimos, com a taxa a dez anos em torno dos 0,3%.
Apesar da convicção de que Portugal está, atualmente, mais fortalecido, a DBRS vê alguns riscos que podem desafiar o país. “O principal risco é o vírus, bem como a natureza e a duração da crise sanitária e económica”.
"Há várias razões para acreditar que as finanças portuguesas estejam mais preparar para enfrentar este choque do que estavam na anterior crise.”
Notando que “a economia poderá regressar rapidamente à sua capacidade anterior à chegada do vírus assim que a pandemia acabe”, a agência canadiana não descarta a possibilidade de a “capacidade económica ser permanentemente afetada seja do lado da procura ou da oferta”.
“Quando mais tempo durar a crise, e mais doloroso for o choque económico, mais persistentes serão as pressões sobre as finanças públicas portuguesas”, diz Jason Graffam, vice-presidente de ratings soberanos da DBRS Morningstar. Ainda assim, o responsável espera “ver continuidade no compromisso do país numa política orçamental prudente”.
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