Lisboa aprova protocolo para estudar solução de metro de superfície
A Câmara Municipal de Lisboa aprovou hoje o protocolo de cooperação que visa dar início aos estudos de viabilidade do projeto do metro de superfície que ligará a capital, Loures e Oeiras.
A Câmara Municipal de Lisboa aprovou o protocolo de cooperação que visa dar início aos estudos de viabilidade do projeto do metro de superfície que ligará a capital, Loures e Oeiras. A proposta, apreciada em reunião camarária, teve os votos contra do CDS-PP e os votos favoráveis das restantes forças políticas (PS, BE, PSD e PCP).
Na quarta-feira, os três concelhos da Grande Lisboa enviaram às redações um comunicado conjunto, no qual anunciaram que iam discutir naquela semana, nas diferentes reuniões de câmara, o protocolo de cooperação para a execução do projeto.
O documento esteve agendado para uma sessão da autarquia lisboeta realizada na semana passada, mas acabou por ser adiado depois de alguns partidos terem alegado que a proposta não foi entregue com a antecedência que o regimento estabelece.
O metro de superfície para ligar os concelhos de Lisboa, Loures e Oeiras representa um investimento de cerca de 490 milhões de euros, de acordo com a nota enviada por aqueles municípios. A nova linha terá uma extensão de cerca de 24,4 quilómetros e fará as ligações entre Cruz Quebrada (Oeiras) e Alcântara (Lisboa) e entre Santa Apolónia (Lisboa) e Sacavém (Loures).
De acordo com a proposta aprovada, à qual a agência Lusa teve acesso, “competirá ao Metropolitano de Lisboa desenvolver, no prazo de 14 meses, os estudos prévios a avaliação da viabilidade e a conceção do projeto, atendendo a que esta entidade já desenvolveu estudos da mesma natureza no contexto do plano de expansão em curso da rede de metropolitano e à complementaridade destes trabalhos”. O documento, subscrito pelo vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar (PS), indica que o desenvolvimento destes trabalhos terá um custo de 3,4 milhões de euros, a ser suportado pelos três municípios e pelo Metropolitano de Lisboa.
À Câmara de Lisboa cabe o pagamento de 539 mil euros, em 2020, e de 782 mil, em 2021, totalizando 1,3 milhões de euros, valores que ainda terão de ser aprovados pela assembleia municipal.
“Os municípios de Lisboa, de Oeiras e de Loures têm interesse em assegurar uma ligação rápida entre as respetivas zonas ribeirinhas e as principais interfaces em Lisboa, por forma a melhorar a conetividade dos seus territórios, propondo-se assim revitalizar um corredor estruturante dedicado exclusivamente às redes E15, assente na extensão da linha de elétrico de 15”, atualmente explorada pela Carris, destaca a autarquia na proposta.
Em declarações à agência Lusa após a reunião, o vereador do CDS-PP João Gonçalves Pereira defendeu que está em causa uma “proposta mal elaborada”, com “ausência de informação” e que significa o “abandono da expansão do Metropolitano de Lisboa”. Para o centrista, esta solução apresentada pelo presidente da câmara, Fernando Medina (PS), como um “metro ligeiro de superfície”, é “mera propaganda”, argumentando que não será tão rápida como o metro.
O eleito criticou ainda que não tenha sido esclarecido pelo executivo quem vai pagar o projeto depois do estudo agora aprovado.
Por seu turno, o vereador do PSD João Pedro Costa sublinhou que este projeto “em nada compromete” a visão dos sociais-democratas sobre a rede metropolitana, designadamente no que diz respeito à expansão do Metro de Lisboa para ocidente. O autarca considerou também ser “importante a cidade ter projetos em carteira que possam ser apresentados no próximo quadro de fundos comunitários”.
Pelo PCP, Jorge Alves salientou que a nova solução “não deve fazer esquecer projetos igualmente importantes”, dando como exemplo a expansão da linha Amarela do Metro, que atualmente termina em Odivelas, para o concelho de Loures.
Por sua vez, o BE defende, numa declaração escrita enviada à Lusa, que a “proposta vem responder à zona ocidental da cidade”, conforme prevê o acordo de governação do concelho, firmado entre bloquistas e PS, nas últimas eleições autárquicas, realizadas em 2017.
Trata-se de uma “extensão do Metro convencional, com um metro de superfície que unirá todos os pontos que, como o Polo da Ajuda, tanto precisam de um transporte rápido e eficiente”, referem os bloquistas.
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