Investimento em inovação atinge máximo histórico de 1,4% do PIB em 2019 com impulso das empresas
O investimento em inovação e desenvolvimento em Portugal atingiu 1,4% do PIB em 2019, um máximo histórico. O contributo das empresas foi decisivo para a melhoria deste indicador.
A despesa total em investigação e desenvolvimento (I&D) em Portugal aumentou 8% em 2019, para os 2.987 milhões de euros, o que corresponde a 1,4% do PIB, o rácio mais elevado de sempre. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, com base no Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN), e o aumento foi superior no setor privado face ao público.
O ministério liderado por Manuel Heitor argumenta que estes dados mostram que Portugal está em convergência com a Europa neste indicador. Ao aumentar em 218 milhões de euros, ou 8%, em 2019, a despesa total em I&D “cresceu cerca do dobro do aumento relativo do PIB (que aumentou cerca de 4% entre 2018 e 2019)”. Face a 2015, início do atual Governo do PS e do mandato do ministro, o aumento da I&D é de 34% (752 milhões de euros).
Como mostra o gráfico (acima), a despesa das empresas em I&D caiu durante a anterior crise, mas depois recuperou e passou a ser superior à do setor público em 2017, tendo essa tendência sido reforçada até 2019, inclusive. No ano passado, as empresas investiram mais 144,4 milhões de euros, o equivalente a um crescimento de 10%, para os 1.569 milhões de euros (0,74% do PIB), o que corresponde a 53% da despesa de I&D em Portugal.
Anteriormente, com base apenas nas candidaturas ao SIFIDE, um universo mais reduzido do que o do IPCTN, o ministério tinha anunciado que o investimento das empresas portuguesas em investigação e desenvolvimento (I&D) cresceu cerca de 50% em 2019 e fixou-se nos 1.168 milhões de euros
Do lado do setor público, a despesa em I&D do ensino superior cresceu cerca de 5%, o equivalente a mais 56 milhões de euros, em 2019, “atingindo também um novo máximo histórico de 1.209 milhões de euros”, nota o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Face a 2015, o aumento é de 19%.
Estes dados do IPCTN, da autoria da Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência, com base nas metodologias harmonizadas internacionalmente, são provisórios. Os resultados definitivos serão divulgados pela entidade após a validação final da operação estatística.
Mais investimento em I&D levou a mais emprego qualificado, diz Ministério
“O aumento da despesa privada em I&D reflete o crescimento do emprego qualificado nas empresas e o esforço do setor privado em acompanhar o desenvolvimento científico e a capacidade tecnológica instalada em Portugal“, assinala o ministério no comunicado. Em números, havia 10 investigadores por 1.000 habitantes da população ativa em 2019, o que também é um máximo histórico.
Ao todo, estavam registados mais de 50 mil investigadores a tempo integral (ETI), mais 2.779 do que em 2018. Aqui o setor público sai a ganhar: “O ensino superior inclui 29.027 investigadores em ETI (eram 25.043 em 2015), representando cerca de 58% do total, enquanto as empresas incluem 19.283 investigadores em ETI (eram 11.785 em 2015), representando 38% do total”, explica o ministério tutelado por Manuel Heitor.
Incluindo não só investigadores como também técnicos e outros profissionais, o total de recursos humanos relacionados com atividades de investigação e desenvolvimento atingiu as 12 pessoas por cada 1.000 habitantes ativos, superando os 62 mil.
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