Turismo recupera em junho com ajuda dos portugueses
Os portugueses seguiram a sugestão de "ir para fora cá dentro" e ajudaram o turismo nacional a recuperar em junho.
O turismo nacional recuperou em junho, face a maio, graças aos portugueses que “foram para fora cá dentro”. O setor registou 493,5 mil hóspedes e 1,1 milhões de dormidas em junho, acima dos valores do mês anterior, graças às dormidas dos residentes, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“O setor do alojamento turístico registou 493,5 mil hóspedes e 1,1 milhões de dormidas em junho de 2020, correspondendo a variações de -82,0% e -85,2%, respetivamente (-94,8% e -95,8% em maio, pela mesma ordem)”, revela o gabinete de estatísticas, referindo que “as dormidas de residentes recuaram 59,7% (-86,6% em maio) e as de não residentes diminuíram 96,2% (-98,8% em maio)”.
Ou seja, a quebra das dormidas de não residentes continuou em junho praticamente igual à de maio, mas a dos residentes melhorou significativamente (mais 300 mil turistas nacionais face a maio), contribuindo para a recuperação do turismo nacional. Ainda assim, os proveitos totais do turismo continuam bastante aquém dos valores do ano passado: registaram uma variação de -88,5% (-97,5% em maio), fixando-se em 53,4 milhões de euros.
O INE revela ainda que, em junho, quase metade (46,3%) dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou sem hóspedes, o que compara com os 74,1% de maio. Entre o tipo de alojamento, as menores quedas registaram-se no alojamento local (-79,2%) e no turismo no espaço rural e de habitação (-49,6%), o que demonstra alguma preferência dos consumidores por este tipo de estabelecimento durante a pandemia. Na hotelaria a quebra é de 87,6%.
Na análise por regiões, em junho, as regiões que apresentaram menores diminuições no número de dormidas de residentes foram o Alentejo (-31,6%), o Norte (-54,4%) e o Algarve (-55,6%). Ou seja, os números sugerem que os portugueses rumaram principalmente ao Alentejo, Norte e Algarve para fazer férias durante junho, quando comparado com o mesmo mês do ano passado.
No conjunto do segundo trimestre de 2020, que ficou concluído em junho, “as dormidas totais diminuíram 92,4% (-78,1% nos residentes e -97,9% nos não residentes)”, o que compara com a quebra de 18,3% (-12,2% nos residentes e -21,0% nos não residentes) das dormidas no primeiro trimestre, já influenciado parcialmente pela pandemia em março.
O gabinete de estatísticas divulga ainda os resultados de um questionário específico sobre o impacto da crise pandémica no turismo. As respostas das empresas do setor mostram que 62,5%, que representam 79% da capacidade de oferta, registaram cancelamento de reservas agendadas para os meses de junho a outubro de 2020 devido à pandemia.
“A maioria dos estabelecimentos que planeava estar em atividade nos meses de junho a outubro previa taxas de ocupação inferiores a 50% em cada um desses meses“, assinala o destaque, referindo ainda que “a maioria dos estabelecimentos (56,8%) indicou não prever alterar os preços face ao ano anterior”. A tendência é a oposta: 35% dos inquiridos admite reduzir os preços, especialmente em Lisboa e no Algarve, dado que mais de 50% dos inquiridos nestas zonas admitiu essa possibilidade.
(Notícia atualizada às 11h45 com mais informação)
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