E o Nobel da Economia vai para…
Olivier Blanchard, o antigo economista-chefe do FMI, é um dos mais fortes candidatos ao Nobel da Economia 2016. Surge destacado juntamente com dois economistas americanos.
No final de 2012, em plena crise das dívidas soberanas, o então economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), o francês Olivier Blanchard, sugeriu que os efeitos dos planos de austeridade que estavam a ser implementados sobretudo por alguns países da Zona Euro, incluindo Portugal, poderiam ter sido subestimados pelas instituições que fazem previsões económicas. Na prática, Blanchard chegou à conclusão de que o impacto da consolidação orçamental estava a ser bem mais grave do que era esperado, com consequências para o crescimento económico e para o emprego, desafiando algumas das políticas que o próprio FMI havia recomendado. Motivou uma séria discussão em torno dos famosos multiplicadores. Comissão Europeia e Banco Central Europeu (BCE) foram alguns dos críticos ao trabalho do economista francês.
Com vários estudos sobre o tema, incluindo o popular artigo “Growth Forecast Errors and Fiscal Multipliers”, Blanchard, 67 anos, é apontado como forte candidato ao Prémio do Banco da Suécia para as Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel — conhecido como Nobel da Economia — cujo vencedor será anunciado em Estocolmo, Suécia, esta segunda-feira, 10 de outubro. Surge como o favorito à sucessão a Angus Deaton, galardoado em 2015
Para a ScienceWatch, uma consultora da Thomson Reuters que, para prever o Nobel, utiliza um modelo que considera, entre outras variáveis, a popularidade dos papers entre a comunidade científica, além do economista francês, estão na pole position outros dois economistas norte-americanos: Edward P. Lazear e Marc J. Melitz.
Pelo desenvolvimento do campo distintivo da economia dos recursos humanos, Lazear, 68 anos, tem como trabalho principal um estudo publicado em 1981 no Journal of Political Economy, “Rank-Order Tournaments as Optimum Labor Contracts”, onde analisa diferentes sistemas de compensações aos trabalhadores de determinada empresa. A extensa investigação académica deste professor de economia da Universidade de Stanford centra-se sobretudo nos incentivos aos trabalhadores, promoções, compensações e produtividade nas empresas.
Quanto a Marc Melitz, 48 anos, surge destacado pela ScienceWatch devido às “descrições pioneiras acerca da heterogeneidade das empresas e comércio internacional“. O professor de Economia de Harvard explicou como as trocas comerciais internacionais podem afetar a vida das empresas no seu trabalho mais citado, “The Impact of Trade on Intra-Industry Reallocations and Aggregate Industry Productivity”.
Segundo Melitz, a exposição ao comércio induz apenas as empresas mais produtivas a entrar no mercado de exportações internacionais (enquanto outras menos produtivas continuam a produzir apenas para o mercado doméstico) e força ao mesmo tempo a saída das empresas menos produtivas. Adicionalmente, empresas com maior exposição às exportações tendem a realocar recursos dentro da empresa com ganhos na produtividade.
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