WhatsApp: Alemanha obriga Facebook a apagar dados dos utilizadores
A Alemanha meteu um ponto final na partilha de dados de utilizadores entre o Facebook e o WhatsApp. A rede social terá de apagar as que já tem. Mas, para já, contesta.
As autoridades alemãs exigem que o Facebook pare de recolher e armazenar dados de utilizadores do serviço de mensagens WhatsApp no país. A ordem surge na sequência do anúncio de que o Facebook vai começar a ter acesso a certas informações recolhidas pela aplicação de mensagens, entre elas os números de telemóvel dos utilizadores.
Segundo a agência Bloomberg, Johannes Caspar, comissário de Hamburgo para a proteção de dados, ordenou que o Facebook apague os dados que já tem, alegando que não existem bases legais para que a rede social tenha acesso a dados dos utilizadores do WhatsApp. Caspar garante ainda que a decisão vai “proteger as informações de cerca de 35 milhões” de utilizadores da aplicação na Alemanha, que se torna assim no primeiro país a contestar a decisão do Facebook.
Johannes Caspar explicou que cabe aos utilizadores permitirem ou não essa partilha de dados: “Têm de ser eles [os utilizadores] a decidir se querem ou não conectar as contas com o Facebook. Logo, o Facebook tem de lhes pedir permissão primeiro. E isso não aconteceu”, disse Caspar, citado pela Bloomberg.
A comissão da qual Johannes Caspar reclama jurisdição sobre o Facebook pois é em Hamburgo que a rede social tem a sua filial aleã. Mas a empresa de Mark Zuckerberg argumenta que a atividade só pode estar sob a jurisdição irlandesa, pois é nesse país que se encontra a base europeia do Facebook.
Recorde-se que o WhatsApp pertence ao Facebook desde 2014 e que a partilha de dados entre serviços, anunciada pela empresa no final de agosto deste ano, já tinha merecido reservas por parte dos reguladores da privacidade da União Europeia. Os mesmos que deverão reunir em breve para discutir o assunto, escreve a agência.
A aplicação já esclareceu que os objetivos da partilha de informação com o Facebook passam por permitir uma melhor segmentação do público aos anunciantes e melhorar as sugestões de amizade na rede social, assim como, através a análise de dados, ajudar no combate a fraudes e mensagens não solicitadas (spam). Em 2014, por ocasião do negócio de aquisição com o Facebook, Jan Koum, um dos fundadores do WhatsApp, tinha garantido que a privacidade dos utilizadores nunca seria comprometida.
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