Economia aumenta poupança, mas sem ajuda do setor público
A capacidade de financiamento da economia nacional manteve-se em 1,2% do PIB, em setembro de 2016. Empresas, bancos e famílias ajudaram. Setor público não.
A economia portuguesa conseguiu manter, no terceiro trimestre de 2016, capacidade de financiamento face ao exterior. O valor ficou inalterado face ao registado em junho: 1,2% do PIB. De entre todos os setores da economia, houve um único que não deu um contributo positivo — o setor público. Os dados foram revelados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.
“A capacidade de financiamento da economia refletiu a poupança financeira das sociedades financeiras, dos particulares e das sociedades não financeiras”, lê-se na nota de informação do banco central, que se refere assim aos bancos, às famílias e às empresas.
A poupança adicional conseguida por estes três subsetores “foi mais do que suficiente para satisfazer as necessidades de financiamento das administrações públicas, que totalizaram 3,6% do PIB”, continua a instituição liderada por Carlos Costa. No trimestre anterior, as administrações públicas tinham registado necessidades de financiamento mais baixas, na ordem dos 3,4% do PIB.
No que toca aos ativos financeiros líquidos — isto é, os ativos dos subsetores considerados, descontados dos passivos — tanto os bancos como as empresas melhoraram a sua posição em termos homólogos. Aqui, também as administrações públicas se destacaram pela positiva, tendo registado um aumento de 4,9 pontos percentuais do PIB, “devido ao efeito positivo neste rácio das variações nos preços dos ativos financeiros e dos passivos, que mais do que compensaram as necessidades de financiamento deste setor”, adianta o Banco de Portugal.
No conjunto da economia portuguesa, no final do terceiro trimestre de 2016, a posição líquida financeira face ao resto do mundo era, ainda assim, um défice de 102,2% do PIB. O valor é, contudo, melhor do que o verificado em junho, quando o défice era de 105,7% do PIB. “Manteve-se, assim, a tendência de melhoria observada desde o início de 2014, apenas com uma breve interrupção
no início de 2015”, nota o Banco de Portugal.
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