Portugal paga pouco mais de 1% para emitir dívida a 25 anos

IGCP financiou-se em 1.211 milhões de euros, com títulos de dívida a 10 e 25 anos. Taxa no prazo mais longo foi de apenas 1,043%.

Portugal financiou-se quase no montante máximo pretendido, de 1.211 milhões de euros, no duplo leilão de dívida de longo prazo. Taxas caíram em ambas as maturidade, tendo o IGCP obtido um juro pouco acima de 1% no prazo mais longínquo, a 25 anos.

De acordo com dados da Reuters, a agência liderada por Cristina Casalinho colocou a maior parte do montante que pretendia no prazo a 10 anos, num total de 964 milhões de euros. No prazo a 25 anos, o IGCP financiou-se em 247 milhões.

Tanto num prazo como no outro, os juros caíram. A taxa no prazo a 10 anos foi de 0,329%, aquém dos 0,35% no mercado, sendo mesmo a segunda mais baixa de sempre obtida pelo país nesta maturidade. No prazo mais longo, caiu para 1,043%.

"O sucesso das emissões, bem como a estabilidade do risco da dívida soberana portuguesa, estão diretamente ligadas com os apoios que o Banco Central Europeu tem vindo a fazer para evitar uma severa recessão na Europa.”

Filipe Silva

Diretor de investimentos do Banco Carregosa

É preciso recuar ao verão de 2019 para encontrar uma operação com a linha de dívida de 2045, que continua a servir como referência a 30 anos, embora tenha agora uma maturidade de 25 anos.

Foi em julho de 2019 que Portugal emitiu dívida de mais longo prazo, tendo pago, à data, 1,42%, muito abaixo da taxa de 2,8% que tinha suportado no ano anterior no leilão da mesma linha.

“O sucesso das emissões, bem como a estabilidade do risco da dívida soberana portuguesa, estão diretamente ligadas com os apoios que o Banco Central Europeu tem vindo a fazer para evitar uma severa recessão na Europa, derivada do impacto que a Covid-19 está a ter nas diferentes economias”, diz Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa. “Será preciso esperar mais alguns meses para perceber se as medidas que cada governo está a adotar para estimular a economia, serão suficientes para preservar e conseguir criar emprego”, acrescenta.

“Não obstante e face à massiva injeção de liquidez nos mercados, tem sido possível a Portugal conseguir renovar as suas linhas de financiamento com taxas muito baixas, o que tem um efeito muito positivo na pressão que o custo do serviço da dívida tem nas contas públicas”, remata o especialista.

(Notícia atualizada às 11h01 com mais informação)

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