S&P mantém rating de Portugal e reafirma perspetiva “estável”

A Standard & Poor's decidiu manter em "BBB/A-2" a notação atribuída à dívida soberana portuguesa e reafirmou a perspetiva "estável".

A Standard & Poor’s (S&P) manteve a notação da dívida pública portuguesa na categoria “BBB” para o longo prazo e “A-2” para o curto prazo (“BBB/A-2”), um rating considerado “investimento de qualidade” e dois níveis acima do “lixo”. A perspetiva mantém-se “estável”, depois da revisão em baixa realizada pela agência a 24 de abril, como era previsto.

A manutenção do outlook prende-se com a previsão de que “o apoio orçamental e monetário a um nível europeu” ofusque o que a S&P considera que vão ser “um ou dois anos de choque para a economia e finanças públicas de Portugal”. Esta declaração, contudo, é mais pessimista do que a de abril, altura em que a agência previa apenas “um ano de recessão global”.

Contudo, a S&P deixa alguns avisos ao país. “Se o contexto económico global se agravar significativamente para além das nossas expectativas atuais, as consequências para as finanças públicas de Portugal podem deixar de ser conciliáveis com o rating atual, tendo em conta outras vulnerabilidades de crédito, incluindo a elevada dívida externa líquida de Portugal”, remata.

“A nossa notação para Portugal também pode ficar sob pressão se setores-chave voltados para o exterior, como o turismo, sofrerem uma perda permanente de rentabilidade”, alerta a S&P numa nota divulgada esta sexta-feira à noite.

No cenário mais otimista, a S&P assume que se a economia portuguesa recuperar “nos próximos três anos”, levando a “uma melhoria significativa das finanças públicas”, a agência melhorará o rating de Portugal.

S&P vê queda maior do PIB e excedente em 2022

Em abril, pouco depois do pico da pandemia, a S&P previa que a economia de Portugal caísse 7,7% este ano, recuperando 4,2% em 2021 e 4% em 2022. Quatro meses depois, a S&P vê agora uma queda maior do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, mas uma recuperação mais acentuada no próximo ano.

“Devido ao impacto da Covid-19, antecipamos que a pequena e aberta economia de Portugal contraia cerca de 10% este ano, antes de recuperar 6,2% em 2021”, aponta a agência de notação financeira, referindo-se tanto à queda real como à queda nominal.

A S&P espera também um défice de 8,4% do PIB este ano, um agravamento na previsão de 3,4 pontos percentuais. Mas aqui há boas notícias para o país.

Devido aos 15,5 mil milhões de euros em subsídios e 10,9 mil milhões em empréstimos do fundo de recuperação da União Europeia a Portugal, a S&P dá também como “provável” que o excedente de capital português ultrapasse os 3% do PIB ao longo dos próximos três anos.

A S&P vai ainda mais longe e vê Portugal a operar um excedente primário em 2022. Uma previsão que assenta na disponibilização de uma vacina ou tratamento para a Covid-19 em 2021.

Já a dívida de Portugal deverá subir para 141% do PIB. Trata-se de uma revisão em alta de 16 pontos percentuais face à estimativa da S&P em abril.

(Notícia atualizada pela última vez às 21h57)

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