Schäuble: É “possível e necessário” descer impostos alemães
O ministro das Finanças alemão surpreendeu ao anunciar que existe margem para uma descida até 15 mil milhões da carga fiscal, e voltou a pedir ao BCE para parar o programa de estímulos em 2017.
O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, afirmou hoje que na próxima legislatura “é possível e necessário” iniciar uma descida dos impostos no país e defendeu uma reforma fiscal após as eleições deste ano.
Em entrevista ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung, Schäuble disse que essa reforma deve incluir os impostos sobre rendimentos singulares e de empresas, assinalando que há margem para uma descida até 15 mil milhões de euros. O ministro antecipou ainda que se deixasse cair a taxa excecional de solidariedade.
A Alemanha deve também preocupar-se com melhorar as condições fiscais para as empresas no país, “reformando o imposto sobre as sociedades para que a economia alemã como um todo seja mais competitiva”, afirmou o ministro na entrevista, em especial tendo em conta que, após o Brexit, o Reino Unido pudesse tentar atrair ou manter empresas com este tipo de medida.
O Ministério das Finanças alemão informou hoje que o Governo federal encerrou o ano de 2016 com um excedente orçamental de 6.200 milhões de euros, enquanto o gabinete federal de estatísticas referiu que no conjunto das contas públicas (Administração Central, Estados federados e municípios) o excedente é de 19.200 milhões de euros.
Schäuble apela ao BCE para abrandar estímulos
O ministro alemão aproveitou a sua entrevista com o Süddeutsche Zeitung, que deverá ser publicada esta sexta-feira, para fazer um apelo ao Banco Central Europeu para que abrande o seu programa de estímulos monetários ao longo de 2017.
“O Banco Central Europeu vai ter a dura tarefa de sair desta política monetária ultra-expansionista”, disse o ministro, citado pela Reuters. “Seria presumivelmente correto se o BCE se atrevesse a sair este ano”.
O BCE anunciou em dezembro que prolongaria o programa de compra de dívida pública por pelo menos mais um ano, embora tenha decidido baixar o valor das compras, que eram de 80 mil milhões de euros por mês. Agora, até março o valor vai manter-se mas, de abril a dezembro, vai cair para 60 mil milhões mensais.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Schäuble: É “possível e necessário” descer impostos alemães
{{ noCommentsLabel }}