“A manter-se esta tendência, chegaremos a 1.000 novos casos por dia na próxima semana”, diz António Costa
António Costa afastou um novo confinamento e disse que o controlo da pandemia depende da responsabilidade de cada cidadão. Vê o país a voltar a 1.000 novos casos diários mantendo-se a tendência atual.
O primeiro-ministro alertou que, “a manter-se” a tendência atual de crescimento da pandemia, “chegaremos a 1.000 novos casos por dia na próxima semana”. Declarações transmitidas pela RTP 3 à saída de uma reunião do gabinete de crise em São Bento, Lisboa.
Perante este cenário, o controlo da pandemia está agora nas mãos de cada um dos portugueses, uma vez que está excluída a hipótese de um novo confinamento como o que foi decretado no estado de emergência em março, explicou o chefe do Governo. “Seria inimaginável repetir no Natal o que tivemos de fazer na Páscoa”, rematou.
Num discurso centrado no apelo à responsabilidade individual dos portugueses, António Costa indicou o que considerou serem “cinco regras” que todos têm de cumprir para controlar a pandemia: o uso de máscara “sempre que possível e obrigatoriamente sempre que necessário”; a manutenção da higiene regular das mãos; o respeito pela etiqueta respiratória; o distanciamento físico “em qualquer circunstância”; e o uso da aplicação StayAway Covid para rastreio de contágios por Covid-19.
“Se todos cumprirmos estas regras, conseguiremos controlar a pandemia”, disse o primeiro-ministro, reforçando que esta é a forma de “garantir que o ano letivo possa decorrer sem sobressaltos” e que as empresas podem continuar a “retomar gradualmente” a atividade, protegendo o emprego e o rendimento das famílias. “O custo social do confinamento foi brutal. O sofrimento pessoal de cada um foi enorme. A dor nas famílias foi enorme. Temos de evitar passar por isto tudo outra vez”, rematou.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) vai apresentar “na próxima semana” um “plano específico para o outono e inverno”, informou também o primeiro-ministro. “Perante um vírus novo, a comunidade científica tem vindo a evoluir no conhecimento do vírus”, explicou António Costa, que não comentou diretamente a possibilidade de vir a ser introduzida a obrigatoriedade de uso de máscara mesmo nos espaços públicos ao ar livre. “Antes de pensarmos que novas medidas vamos adotar, devemos concentrar-nos nas que já sabemos que temos de cumprir”, argumentou.
Dito isto, António Costa disse compreender que “haja alguma fadiga” dos portugueses, mas voltou a apelar à mobilização individual. “Não é corrida de 100 metros, é longa maratona que não sabemos quantos quilómetros vai durar. Só acabará quando surgir vacina ou tratamento eficaz. Todos desejamos que seja já amanhã, mas podemos ter de esperar muito tempo”, alertou o governante.
No discurso após a reunião do gabinete de crise por causa da situação epidemiológica no país, e numa altura em que começa um novo ano letivo, António Costa apelou a que as regras sejam respeitadas dentro e fora das escolas. “É tão necessário cumprir regras na escola como fora da escola. Se uma pessoa na escola faz tudo para não se contaminar nem aos colegas, tem de fazer o mesmo no espaço envolvente, nos jardins, no caminho para a escola, em casa. Tem de cumprir essas regras também”, finalizou.
Minutos depois destas declarações do primeiro-ministro, a DGS emitiu um novo boletim epidemiológico, apontando para um crescimento diário de 780 casos face a quinta-feira. O número total de casos confirmados é de 67.176 desde o início do surto.
(Notícia atualizada pela última vez às 15h13)
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