Só um terço das empresas espera recuperar níveis de contratação pré-pandemia

  • Trabalho
  • 21 Setembro 2020

Os empregadores portugueses estão mais pessimistas, mas já têm planos para o futuro: apostar em benefícios de bem-estar, flexibilidade de horários e em mais formação, revela estudo da ManPower Group.

Apenas um terço (32%) dos empregadores portugueses espera voltar aos níveis de contratação pré-Covid durante o próximo ano, sendo que mais de um quarto das empresas não conta retomar de todo os níveis pré-pandemia, revela o ManpowerGroup Employment Outlook Survey, que avalia as intenções de contratação dos empregadores e reúne respostas de 38.000 empresas em 43 países.

O relatório aponta ainda que os empregadores portugueses estão mais pessimistas que no trimestre anterior, sendo que 28% afirma não ter qualquer esperança de retomar os níveis de contratação pré-Covid.

No caso português, os benefícios de saúde e bem-estar, a flexibilidade de horários e a formação são apostas de futuro para atrair e reter talento, refere o mesmo estudo.

Contratos full-time com mais garantias

Num universo de 368 inquiridos, o número de empresas que não tem qualquer esperança de retomar os níveis de contração pré-Covid sobe de 11 para 28% desde o trimestre anterior, e o número de empregadores que acredita poder recuperar os níveis de contratação anteriores, em menos de um ano, cai de 56 para 32%.

“Apesar de os dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey, divulgado no passado dia 8, anteciparem uma ligeira subida nas intenções de contratação para o quarto trimestre, a evolução da conjuntura económica, social e de saúde, com a ameaça cada vez mais presente de uma segunda vaga da pandemia, leva os empregadores a revelarem-se agora mais pessimistas em relação ao tempo que irão demorar a retomar os níveis de contratação pré-COVID”, avalia Rui Teixeira, chief operations officer da ManpowerGroup Portugal, citado em comunicado.

No que diz respeito ao vínculo laboral, a maioria das empresas portuguesas planeia manter os seus trabalhadores nos modelos atuais. No caso dos contratos full-time, 86% do total das empresas pretende manter esses trabalhadores e apenas 8% pretende reduzir este número. Já no caso dos contratos de trabalho temporário e de part-time, o estudo aponta para uma maior volatilidade. 68% dos empregadores quer manter estes trabalhadores, mas 18 e 19%, respetivamente, pretende reduzir o volume de colaboradores com este vínculo, sendo que 14 e 13% planeia realizar um aumento nestas contratações.

Bem-estar, flexibilidade e formação para atrair talento

Quanto ao modelo de trabalho, quase dois terços dos empregadores portugueses planeiam manter o teletrabalho no pós-pandemia, e 31% tenciona mesmo implementar o trabalho remoto a 100%. Neste contexto Portugal vai por diante da região, onde esse valor é de apenas 17%, com 39% dos empregadores a planear oferecer modelos híbridos.

“Ao mesmo tempo, os efeitos transformadores no mundo do trabalho começam também a ser visíveis. Embora a evolução nas preferências dos candidatos já apontasse uma nova direção anteriormente, a pandemia veio fortalecer esta tendência. Nesse sentido, vemos hoje como cada vez mais empresas estão a rever a sua proposta de valor, apostando em opções de flexibilidade, modelos de trabalho híbridos, bem como benefícios de saúde e de formação para desenvolver uma proposta mais relevante e alinhada com as atuais necessidades e valores dos trabalhadores”, acrescenta o responsável.

 

Paralelamente, um número significativo das empresas portuguesas prepara-se também para adaptar a sua proposta de valor de empregador para aumentar a capacidade de atrair e reter talento: 44% das empresas planeia oferecer horários laborais flexíveis e 48% espera ainda conceder mais benefícios em matéria de saúde e bem-estar. Ganham também mais relevância a formação e evolução profissional, com 33% dos empregadores portugueses a planear proporcionar mais oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento de novas competências.

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