Flash crash da libra? A culpa foi dos estagiários
Lembra-se do tombo momentâneo de 6% da libra? Foi culpa dos estagiários, concluiu uma investigação do supervisor financeiro internacional.
A culpa é sempre do estagiário. E no caso do flash crash da libra do dia 7 de outubro as responsabilidades foram parar ao mesmo destino: traders inexperientes. Segundo um relatório oficial, o tombo momentâneo da moeda britânica no mercado asiático foi causado por uma conjugação improvável de fatores: erros de principiantes, algoritmos e posições de negociação complexas.
Para o Bank for International Settlements (BIS), organização internacional responsável pela supervisão bancária, não houve apenas um fator na origem do afundanço de 9% da libra em apenas dois minutos no mercado asiático, um movimento que ajudou a pressionar ainda mais a divisa do Reino Unido na sequência do voto do Brexit.
Aquela entidade concluiu ainda que outros fatores como o “fat finger” — o chamado dedo gordo — e operações ilegais não podem ser descartados, mas são de difícil comprovação. Uma investigação separada, realizada pelas autoridades britânicas, atribuiu essa responsabilidade a um trader da unidade japonesa do Citigroup.
“Qualquer que tenha sido a causa para a venda inicial da libra, o mercado estava provavelmente vulnerável a essa altura do dia a movimentos mais acentuados e a reduzida liquidez”, refere o relatório do BIS.
"Qualquer que tenha sido a causa para a venda inicial da libra, o mercado estava provavelmente vulnerável a essa altura do dia a movimentos mais acentuados e a reduzida liquidez.”
Foi a 7 de outubro que o mercado asiático assistiu a momentos dramáticos, enquanto os traders europeus ainda dormiam. De um momento para o outro, a moeda britânica afundou 9% naquela que foi a maior queda desde que os britânicos votaram a favor da saída da União Europeia, em junho.
Libra caiu e foi num flash
O governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, que pediu a investigação ao BIS, considera que os agentes do mercado devem retirar lições vitais deste incidente que tinha atirado a libra para o nível mais baixo desde março de 1985.
“O relatório concluiu que não houve perdas materiais incorridas por instituições financeiras sistémicas, foram transacionados grandes volumes foram transacionados apesar da reduzida liquidez, e não houve grandes repercussões para os outros mercados”, comentou Carney.
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