Media Capital perspetiva “melhoria de indicadores financeiros” nos próximos meses
A empresa adianta que "nos últimos meses existe evidência de recuperação das audiências dos canais de televisão do grupo".
A Media Capital perspetiva “a melhoria dos indicadores financeiros nos próximos meses”, depois de ter registado prejuízos de 14,4 milhões de euros no primeiro semestre, divulgou esta sexta-feira a dona da TVI.
Em comunicado divulgado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Media Capital refere que “a conjugação de uma retoma, ainda que titubeante, da normalidade da atividade económica, com a melhoria clara das audiências em televisão, digital e a continuação da liderança das rádios do grupo, bem como a tendência para a normalização da atividade de produção de conteúdos permitem perspetivar a melhoria dos indicadores financeiros nos próximos meses”.
A Media Capital tinha divulgado dados provisórios do primeiro semestre em 9 de agosto. No que respeita às perspetivas futuras, a Media Capital “reitera a expectativa de continuidade das operações, tendo em consideração que o grupo tem um largo histórico de liderança e rentabilidade que é próximo em termos cronológicos do presente momento“, e que “o evento da pandemia, apesar das fortes repercussões económicas, afigura-se como temporário”.
A Media Capital acrescenta que “este período coincidiu com, e logo acentuou, um contexto de redução acentuada das quotas de audiência em televisão generalista” e, atendendo à natureza do negócio televisivo, “o histórico demonstra que as quotas podem oscilar e, efetivamente, oscilam com rapidez e dimensão relevantes”.
No comunicado, a empresa adianta que “nos últimos meses existe evidência de recuperação das audiências dos canais de televisão do grupo, o que corrobora o cenário de normalização descrito” anteriormente.
A dona da TVI refere que “está em implementação o reforço adicional dos conteúdos a partir de setembro” e que “em junho verificou-se um desagravar dos impactos negativos, com a perspetiva de maior controlo da pandemia e o consequente relaxar do confinamento, o que melhorou os condicionalismos dos agentes económicos, ficando tal facto igualmente visível na atividade do grupo”.
A melhoria “é reiterada nas primeiras indicações do terceiro trimestre, não obstante a incerteza que ainda subsiste relativamente à duração da pandemia e aos seus impactos futuros”, salienta. As operações de rádio e digital, acrescenta, “evidenciam robustez nos principais indicadores de performance (audiências)”.
“Desta forma, é através da continuação da melhoria dos contextos externo e interno que o grupo antecipa um reforço do seu posicionamento competitivo no setor e um desagravamento substancial dos comparativos financeiros durante a segunda metade de 2020”, aponta a empresa liderada por Manuel Alves Monteiro.
O grupo Media Capital obteve um prejuízo de 14,4 milhões de euros no primeiro semestre deste ano face a 5,9 milhões de lucros em igual período de 2019. Os rendimentos operacionais caíram 36% para 55,3 milhões de euros e o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) foi negativo em 11,2 milhões de euros, contra 14,2 milhões de euros positivos um ano antes.
As receitas de televisão (TVI) caíram 34%, para 46,2 milhões de euros e as de rádio e entretenimento diminuíram 48%, para 6,2 milhões de euros, no período em análise. Também os rendimentos da produção audiovisual sofreram uma queda, de 27%, para 11,1 milhões de euros. Nos primeiros seis meses do ano, as receitas de publicidade recuaram 37% para 37,3 milhões de euros, adianta a Media Capital.
“Em todos os segmentos o impacto preponderante deveu-se à pandemia”, justifica a dona da TVI. “Os outros rendimentos operacionais, compostos essencialmente por rendimentos de produção audiovisual, serviços multimédia e rendimentos de cedência de sinal, decresceram 34%, sobretudo devido a uma quebra nos rendimentos associados a serviços multimédia e direitos de sinal”, prossegue o grupo.
No segmento televisão (canais TVI), as receitas de publicidade recuaram 36% para 30,3 milhões de euros e o EBITDA passou a negativo (-10,3 milhões de euros), contra um resultado positivo no primeiro semestre de 2019 de 8,7 milhões de euros.
“Os outros rendimentos, que englobam, entre outros, proveitos de cedência de sinal, vendas de conteúdos e serviços multimédia, baixaram 31%, devendo-se a uma quebra dos rendimentos relativos a serviços multimédia e a direitos de sinal”, e os gastos operacionais ajustados, incluindo os relativos a restruturações, recuaram 9%, não obstante a aposta em conteúdos, refere o grupo. Na produção audiovisual, o EBITDA agravou-se para 2,5 milhões de euros negativos.
A Plural, que esteve em ‘lay-off‘, “continua a ser um dos principais ‘players‘ do setor de produção audiovisual, com uma presença muito relevante também ao nível dos meios de produção e dos cenários”, adianta a Media Capital, salientando que a redução da produção audiovisual se deveu à pandemia e “levou à paragem das produções, entretanto retomada ainda no decurso de maio”.
No segmento rádio e entretenimento, a publicidade caiu 40% para 5,9 milhões de euros e o EBITDA caiu 84% para 934 mil euros. “O endividamento líquido situou-se, no final de junho de 2020, em 93,5 milhões de euros, registando um incremento de 5,0 milhões de euros face ao final de 2019”, refere.
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