TAP regista prejuízos de 582 milhões de euros no semestre
A TAP perdeu 582 milhões de euros no primeiro semestre, um período significativamente marcado pelo impacto da pandemia.
A TAP registou prejuízos de 582 milhões de euros entre janeiro e junho de 2020, um período amplamente marcado pelo impacto da pandemia. A companhia aérea portuguesa transportou menos 4,9 milhões de passageiros face ao mesmo semestre de 2019, uma quebra de 62% que castigou o negócio de forma expressiva.
Numa nota enviada à CMVM é explicado que as perdas da companhia aérea representaram 96% do resultado líquido de todo o grupo TAP, cujo prejuízo totalizou 606 milhões de euros. Além da pandemia, os prejuízos foram também agravados pelo “impacto da contabilização de custos de excesso de cobertura (overhedge) de jet fuel no montante de 136,3 milhões de euros” e por “diferenças de câmbio líquidas negativas de 58 milhões de euros”.
Mas a operação foi totalmente prejudicada pelo impacto do confinamento e da quebra da procura, algo que é claro nas contas da empresa. “A quebra de atividade verificada a partir de março de 2020, mais do que eliminou a boa performance observada nos primeiros dois meses do ano, impactando muito negativamente a performance da TAP no primeiro semestre de 2020“, refere a companhia aérea.
O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recuou para terreno negativo em 128,8 milhões de euros e foram “menos 730 milhões de euros em receitas de passagens”, indica a empresa, que aponta para uma redução de 57,2% em termos homólogos, para 545,4 milhões de euros. Olhando para os rendimentos operacionais totais, estes afundaram 55,4% no semestre, para 646,1 milhões de euros.
“A TAP atuou com agilidade e rapidez aos primeiros sinais de impacto da pandemia, adequando a capacidade ao novo cenário de procura e minimizando assim os custos operacionais com o objetivo de preservação de caixa. O corte de capacidade, de 33,9% em termos de ASKs logo no mês de março, foi fundamental para a diminuição dos custos variáveis, que representaram em 2019 aproximadamente 60% dos custos operacionais totais da TAP”, indica na mesma nota.
Com efeito, a empresa evitou uma deterioração maior da liquidez com uma diminuição de gastos operacionais de 460 milhões de euros, um corte de 30% na despesa. “O consumo de caixa diário reduziu-se em aproximadamente 50% entre o mês de abril e o mês de junho de 2020, reflexo das iniciativas complementares com o objetivo de conter o impacto da pandemia na tesouraria”, sublinha.
Desempenho da TAP entre janeiro e fevereiro e no total do semestre
Plano de reestruturação até 10 de dezembro
A TAP aproveita a mesma nota aos mercados para indicar que tem até 10 de dezembro de 2020 para apresentar um plano de reestruturação à Comissão Europeia. “Encontra-se atualmente em curso a preparação do plano de reestruturação”, informa a companhia aérea.
“Este plano visa assegurar a sustentabilidade e rentabilidade da TAP, através de um adequado planeamento de rotas e frota, da adaptação do produto TAP à realidade atual e pós Covid-19, e do aumento da eficácia e da eficiência dos serviços centrais e das unidades do grupo TAP”, acrescenta.
Com a retoma económica a ser mais lenta do que se esperava, e o coronavírus novamente a alastrar-se, a empresa assegura estar “empenhada em garantir a retoma da operação de modo seguro e sustentável.
Leia o comunicado da TAP na íntegra
(Notícia atualizada pela última vez às 19h58)
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