Vendas da Vista Alegre crescem 24% no pós-confinamento
Vendas Vista Alegre registaram um crescimento de 24% no terceiro trimestre, face a 2019, para 33,3 milhões de euros. "Estamos com atividade a níveis bastante aceitáveis", diz a empresa.
As vendas Vista Alegre subiram 24% no terceiro trimestre, face ao período homólogo de 2019, para 33,3 milhões de euros, o que “é muitíssimo bom”, disse esta quarta-feira à agência Lusa o presidente do grupo, Nuno Marques.
No acumulado entre janeiro e setembro, o grupo Vista Alegre registou um volume de negócios acumulado de 75,8 milhões de euros, uma quebra de 10% relativamente ao mesmo período de 2019.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Vista Alegre refere que “continua a mostrar fortes sinais de recuperação da sua atividade, alcançando um volume de negócios no terceiro trimestre do ano de 33,3 milhões de euros, um aumento de 24% (mais 6,5 milhões de euros)”.
“Face ao segundo trimestre crescemos 83% em vendas” e relativamente ao terceiro trimestre de 2019 “crescemos 19%”, sublinhou o gestor, classificando de “muitíssimo bom” o desempenho neste período, que não tem sido fácil para as empresas devido ao impacto da pandemia.
No mês de setembro, o grupo Vista Alegre registou um volume de negócios de 11,4 milhões de euros, superando o período homólogo em 13%. O crescimento no volume de negócios deveu-se essencialmente aos segmentos do grés forno e faiança”, adianta.
A Vista Alegre colocou as unidades de produção em lay-off, algumas parciais e outras totais, na primeira metade do ano, devido à pandemia.
“Desde julho que estamos 100% em funcionamento”, disse Nuno Marques, apontando que o “lay-off mais intenso” foi na Vista Alegre porcelana e na Bordallo Pinheiro, “por estarem mais expostas ao retalho, que esteve encerrado”.
Assim, “só em julho tivemos toda a rede de retalho nacional e internacional aberta”, acrescentou. Por exemplo, a unidade de cristal, que tem negócios B2B [dirigidas as empresas], manteve “a cadência produtiva”. Atualmente, “estamos com atividade a níveis bastante aceitáveis”, acrescentou o responsável.
O grupo Vista Alegre Atlantis (VAA) conta com um universo de cerca de 2.500 pessoas e seis fábricas. Questionado sobre as vendas na Internet, o presidente da Vista Alegre adiantou que “o online está a ter um comportamento bastante bom”, tendo as vendas quase triplicado. Em setembro, as vendas online registaram um aumento de 117% relativamente ao mesmo mês de 2019.
“O canal de retalho, que foi um dos mais afetados pela atual pandemia, reforçou a sua recuperação no mês de setembro, tendo mesmo registado um crescimento das vendas neste canal de 2,3% face a período homólogo”, refere o grupo, no comunicado
Por sua vez, o canal private label registou um aumento de 36,8% em setembro face a igual mês do ano passado.
Sobre o desempenho das lojas físicas, Nuno Marques disse que aquelas que estão associadas ao turismo “estão muito deficitárias”, mas as unidades que estão localizadas em centros comerciais têm registado um “comportamento bom”.
“O retalho nacional e internacional, online e físico, em agosto ficou 1,2% abaixo” de igual mês do ano passado, referiu o gestor.
No entanto, os resultados alcançados são “claramente uma vitória”, tendo em conta o constrangimento nas lojas e a falta de confiança dos consumidores, prosseguiu.
“Durante a pandemia fechámos alguns negócios B2B interessantes para mitigar o retalho” e que “deram um conforto e dinamismo” ao grupo, referiu.
Em maio, o grupo Vista Alegre, que incorpora as marcas centenárias Vista Alegre e Bordallo Pinheiro, e que detém fábricas de porcelana, cristal, vidro, grés e faiança, assegurou a contratualização de duas encomendas para o segundo semestre deste ano, no valor de 16,2 milhões de euros.
O peso do mercado internacional nas vendas ronda os 80% e França, Holanda, Espanha e Itália são os principais mercados.
“O mercado francês tem estado a funcionar bem. Este grande contrato que fechámos durante a pandemia é para França, maioritariamente, por isso é que há forte volume” para aquele mercado, explicou.
“O facto da Vista Alegre ter sempre dividido a sua atividade não apenas no retalho, canal HoReCa [hotéis, restaurantes e cafés], mas também em parcerias B2B mostrou-se uma aposta certa”, salientou Nuno Marques.
Isto porque o canal HoReCa regista uma “queda acentuada”, o retalho “começa agora a retomar”, pelo que as parcerias B2B impulsionam o negócio do grupo.
“Apesar da pandemia e do momento, que tem prejudicado o negócio, temos conseguido encontrar alternativas para minorar o impacto negativo”, afirmou Nuno Marques, que se manifesta “prudentemente otimista” face ao último trimestre do ano, onde o Natal tem um peso relevante nas vendas de retalho.
“Temos negócios em carteira que nos permitem ver com confiança o último trimestre, apesar das incertezas”, rematou o presidente da Vista Alegre.
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