Kiabi. Como uma empresa contrata em speed dating
Empresa francesa quer contratar 400 pessoas em Portugal para a abertura de dez lojas em cinco anos. Para isso, usou uma estratégia que implica que os funcionários contratem os próprios colegas.
Primeiro, uma plataforma de candidaturas: pessoas interessadas em trabalhar na empresa foram desafiadas a incluir no seu perfil informações sobre formação e experiência e um currículo. A informação foi sujeita a uma triagem, com base não só no que já tinham feito como no que queriam fazer, com recurso a um conjunto de perguntas relacionadas com o talento ou a aptidão para vender.
A plataforma foi só o primeiro passo. De entre mais de 600 candidaturas, a equipa de recrutamento da Kiabi escolheu 120 finalistas. Foram eles os primeiros a participar no recrutamento via speed dating que a empresa francesa levou a cabo, em Lisboa, no início de janeiro.
“A ideia era, por breves instantes, perceber a personalidade da pessoas e tirar os candidatos da zona de timidez”, explica Isabel Azevedo, diretora da Kiabi para o mercado português. Mas não pense que, nos encontros, do outro lado da mesa estavam apenas responsáveis de recursos humanos. Pelo contrário.
“Optámos por um formato de recrutamento fora do standard porque esta opção de speed dating é, de certa forma, parte da filosofia da empresa, no sentido do contacto pessoal com as pessoas. Não se consegue ver se uma pessoa será ou não indicada para o trabalho através de páginas de currículo. Só se consegue ver o caráter e os valores pela proximidade”. Daí, a ideia de desafiar os colaboradores a ‘colaborar’ no recrutamento dos futuros. “Permitir que os atuais colaboradores conheçam os futuros colegas é, também, uma oportunidade para os novos trabalhadores trocarem ideias e terem uma ideia do que vai ser o seu futuro dia a dia, já que estão em contacto com todo o tipo de funções, desde vendedores a diretores de loja”, esclarece Isabel.
No primeiro encontro de speed dating, a Kiabi selecionou 120 pessoas de entre as mais de 600 candidaturas para as cerca de 40 vagas da primeira loja da marca em Portugal, em Sintra. “Quem recruta na Kiabi são os nossos colaboradores”, explica Isabel. “Eles são os binómios do que vão ser estas pessoas na nossa loja e, quem melhor do que eles para escolher?”.
“Lançar o negócio da Kiabi em Portugal faz parte do plano estratégico da empresa”, detalha, em entrevista ao ECO. Para isso, a empresa levou a cabo a primeira fase de um processo de recrutamento de 40 pessoas que assegurem o funcionamento da primeira de dez lojas a inaugurar em Portugal até 2021. Com lojas de áreas de cerca de 2.000 metros quadrados e “grande rotatividade de produto”, Isabel conta que, para trabalhar na Kiabi, é preciso mais do que gerir stock e saber onde estão as peças. “Precisamos de gente que goste de comunicar”, assinala.
Optámos por um formato de recrutamento fora do standard porque esta opção de speed dating é, de certa forma, parte da filosofia da empresa, no sentido do contacto pessoal com as pessoas. Não se consegue ver se uma pessoa será ou não indicada para o trabalho através de páginas de currículo. Só se consegue ver o caráter e os valores pela proximidade.
Depois de Sintra, a primeira loja Kiabi a inaugurar em Portugal, a multinacional prepara-se para abrir a segunda no Porto, ainda no primeiro semestre do ano. Lisboa deverá ficar para os últimos meses de 2017 ou mesmo para o início de 2018, assinala a responsável.
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