Pandemia altera hábitos de consumo de 45% dos portugueses

A pandemia da Covid-19 está a alterar o comportamento do consumidor e a acelerar o comércio online. 45% dos portugueses admite ter alterado hábitos, 31% acredita que esses hábitos vieram para ficar.

A pandemia veio alterar os hábitos de consumo. 45% dos portugueses admite que os seus hábitos de consumo sofreram alterações, enquanto 31% afirma que estes hábitos vieram para ficar, com especial incidência nas mulheres e nos mais jovens, de acordo com o inquérito realizado pela Ageas Portugal e a Eurogroup Consulting Portugal.

As categorias como a alimentação e saúde lideram os aumentos de consumo por parte dos portugueses, evidenciando uma maior preocupação com o bem-estar pessoal. No que diz respeito ao lazer, os inquiridos privilegiam categorias como o lar, desporto e tecnologia. Por oposição, o consumo de viagens, roupa, cultura e carro decresceu.

Com o avançar da pandemia do novo coronavírus, 38% dos portugueses admite que os níveis de indecisão e incerteza aumentaram. “O consumidor olhou para as mudanças destes tempos de incerteza e teve que tomar uma decisão: vivê-las de forma desafiante ou achar que nada mais valeria a pena fazer. Os desafios foram grandes, mas o objetivo é que os consumidores aproveitem esta oportunidade para interiorizar estes novos comportamentos mais conscientes, ponderados e refletidos, e que passem a incluí-los no seu dia-a-dia”, refere Rita Rodrigues, head of public affairs & media relations da DECO Proteste.

Comércio online cresceu

Com o encerramento dos espaços de comércio físico durante o confinamento, o comércio eletrónico passou a ser a solução mais viável para muitos consumidores. Mais de metade dos inquiridos (57%) admite ter realizado mais compras online nos últimos seis meses, aumento que vai ao encontro dos dados do e-commerce em Portugal, que apontam para um crescimento estimado entre 150% a 170% desde março, em comparação com o período homólogo.

Dentro deste universo é a população mais jovem, entre os 18 e 24 anos, que fez mais compras online (70%). Houve um maior aumento das compras online por parte dos inquiridos do sexo feminino, assim como aqueles que têm um maior nível de rendimento.

No futuro, 66% dos inquiridos admite realizar compras de forma mista no futuro, alternando entre os canais digitais e os espaços físicos. Apenas 16% consideram voltar às lojas físicas como fonte principal das suas compras. Os mais jovens estão mais propensos a privilegiar a compra online (2.5 vezes mais do que os seniores), uma tendência que diminui diretamente com a idade.

Por outro lado, alimentação é a categoria onde mais de 90% dos inquiridos prefere comprar em loja. Da mesma forma, a saúde, carro e roupa/calçado, são categorias em que o contacto direto com o produto/serviço tem um papel chave, registando valores inferiores de digitalização, em contraste com outras categorias, como é o caso dos seguros e produtos financeiros, que se apresentam mais desmaterializados.

O inquérito do Observatório de Tendências 2020 foi realizado entre 9 e 23 de setembro de 2020, junto de uma amostra representativa de 1744 pessoas, maior do que 18 anos, residente em Portugal.

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