Lucro do Santander em Portugal cai 35% para 254,5 milhões
Banco liderado por Pedro Castro e Almeida diz que os resultados revelam o impacto que a pandemia Covid-19 está a ter na sua atividade.
O lucro do Santander em Portugal caiu 35% para 254,5 milhões de euros, entre janeiro e setembro. Apesar da recuperação no terceiro trimestre, na totalidade do ano, a margem financeira e o produto bancário continuam penalizados pela pandemia, levando o banco a cortar nos custos, nomeadamente com pessoal. As moratórias de crédito atingem os 9 mil milhões de euros.
“Os resultados dos primeiros nove meses do ano registaram um decréscimo derivado do impacto que a pandemia Covid-19 está a ter na nossa atividade, apesar de termos sentido uma melhoria quando comparamos o terceiro trimestre com o anterior. De realçar a evolução dos depósitos, do crédito e da base de clientes que registaram um comportamento positivo”, anunciou o banco em comunicado.
Os recursos de clientes totalizaram 43,3 mil milhões de euros, um incremento de 2,4% face ao mesmo período do ano passado, evolução suportada no acréscimo de 3,9% em depósitos para 36,3 mil milhões de euros.
O total de crédito a clientes atingiu 42,5 mil milhões de euros, equivalente a uma subida de 5,4% face ao período homólogo. As quotas de mercado de novos empréstimos de crédito a empresas e habitação situaram-se em 17,4% e 25,0%, respetivamente, até ao final de agosto.
Em sentido contrário, a margem financeira recuou 7,9% para 591,9 milhões de euros, o produto bancário caiu 5,5% para 964,1 milhões de euros e as comissões caíram 4,2% para 274,4 milhões.
Com o negócio a ser afetado pela pandemia, o banco cortou nos custos operacionais, que registaram um decréscimo de 5,3%, “refletindo as descidas de 7,3% dos custos com pessoal e de 4,7% dos gastos gerais”. O Santander Portugal está a propor a parte dos trabalhadores rescisões por mútuo acordo, sendo que, nos últimos 12 meses, já saíram 194 colaboradores colocando o total atual em 6.077 pessoas. Fecharam igualmente 46 agências, existindo agora 465.
Moratórias atingem 9 mil milhões e linhas de crédito Covid 1,4 mil milhões
“Apesar da situação pandémica continuar a afetar o normal funcionamento da economia, os indicadores de liquidez e solvabilidade mantiveram-se robustos“, defende o banco. O rácio de eficiência situou-se em 44,6% que compara com 44,5% registado no período homólogo e o rácio CET 1 (fully implemented) foi de 20,3%, um acréscimo de 3,6 pontos percentuais em relação a setembro de 2019.
“Mantemos firme a nossa missão de contribuir para o progresso das famílias e das empresas em Portugal”, sublinha. “Prova disso é o facto de termos apoiado através das moratórias perto de 90 mil clientes num montante de 9 mil milhões de euros e aumentado o nosso orçamento de responsabilidade social, para apoiar quem mais precisa, para 3 milhões de euros”.
No final do setembro, as moratórias, legal e privada, tinham abrangido mais de 88 mil clientes correspondendo cerca de 21% da carteira total. No âmbito das linhas de crédito com garantia do Estado, destinadas a mitigar os efeitos da pandemia, o banco aprovou um conjunto de operações no montante de cerca de 1,4 mil milhões de euros.
(Notícia atualizada às 12h40 com mais informação)
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