Redes sociais reagem com indignação e ironia à polémica do horário do Pingo Doce

  • Tiago Lopes
  • 12 Novembro 2020

O anúncio de que o Pingo Doce queria antecipar o horário de abertura para as 6h30 motivou dezenas de reações nas redes sociais. Há quem se tenha revoltado, mas também quem não visse mal nenhum.

A notícia de que o Pingo Doce decidiu antecipar o horário de abertura para as 6h30 da manhã nos próximos dois fins de semana, devido às restrições de circulação impostas pelo Governo por causa da Covid-19, motivou dezenas de reações nas redes sociais, entre a indignação de alguns portugueses e a ironia de outros.

“O Pingo Doce vai abrir a maioria das suas lojas às 6h30 e encerrar às 22h00, procurando assim contribuir para evitar a concentração de pessoas nas lojas no período da manhã”, explicou na quarta-feira a Jerónimo Martins, referindo-se aos próximos dois fins de semana.

A medida da empresa caiu mal junto de sindicatos, de partidos políticos como o Bloco de Esquerda, e de várias autarquias, que avançaram unilateralmente com travões às intenções da empresa. Uma delas foi a Câmara Municipal de Lisboa, que implementou um travão à abertura de lojas às 6h30.

Face à pressão do poder autárquico, o grupo decidiu recuar na decisão, falando numa “controvérsia nacional” que não esperava nem desejava.

E que controvérsia. Antes do anúncio do recuo, a presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, escrevia no Facebook que a decisão de abrir às 6h30 do grupo Jerónimo Martins “é um aproveitamento inaceitável das regras de restrição à circulação de pessoas”.

A deputada Joacine Katar Moreira colocou-se do lado dos trabalhadores e pedia para as pessoas não irem ao Pingo Doce de madrugada. “Tenham muita vergonha de ir ao pingo doce às 6h30 deste fim de semana em respeito pelos seus trabalhadores e trabalhadoras”, escreveu na rede social.

Isabel Santiago escreveu no Twitter que se “o Pingo Doce decide abrir mais cedo, pode-se consumir mais, e salvaguardam-se os postos de trabalho”.

Carlos Guimarães Pinto, ex-presidente da Iniciativa Liberal, ironizou com as muitas críticas em torno desta decisão: “Nós por cá fazemos todos os sacrifícios para impedir aglomerações e a propagação do vírus: operações stop, recolher obrigatório, fechar negócios. Mas há uma linha vermelha que como país nunca ultrapassaremos: deixar o Pingo Doce abrir uma hora mais cedo.”

O deputado Duarte Marques referiu que “o problema maior é a discriminação entre as grandes superfícies e o comércio local”.

Outros utilizadores não deixaram passar em branco o insólito. “Alguém vai ao after do Pingo Doce?”, perguntou MC Somsen.

“Com franqueza, alguém vai ao supermercado às 6h30 da manhã?”, escreve outra utilizadora no Twitter.

Estes são apenas alguns exemplos de reações, levando a empresa a decidir recuar na decisão de abrir às 6h30 nos dois próximos fins de semana. “Face às múltiplas interpretações, também de implicação política, que têm vindo a ser feitas e veiculadas ao longo das últimas horas e ao nível da discussão pública gerada, o Pingo Doce informa que os horários habituais das suas lojas se manterão inalterados”, disse a empresa num comunicado.

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