TAP espera receitas em 2022 inferiores a 2007

Documento de trabalho a que o ECO teve acesso indica que a companhia espera, em 2021 e 2022, receitas equivalentes a 2006 e 2007. O número de horas voadas será semelhante a 2010 e 2011.

O número de horas voadas pela TAP nos próximos dois anos estará próximo dos níveis de há uma década, enquanto as receitas estarão próximas das registadas entre 2006 e 2007. As projeções estão presentes num documento de trabalho preliminar, a que o ECO teve acesso, e serviram de base ao plano de reestruturação que será enviado para Bruxelas até ao final do dia.

As receitas em 2021-22 serão similares aos níveis de 2006-07 e as horas de voo aos níveis de 2010-11“, aponta o documento. A TAP fechou 2019 com receitas na ordem dos 3,3 mil milhões de euros. Os resultados anuais indicam que o total de rendimentos operacionais aumentou em 94,3 milhões de euros no ano passado (ou seja, mais 2,9% que no anterior) para 3.345,1 milhões, com as receitas de passageiros a fixarem-se em 2.913,9 milhões.

Este ano está a ser fortemente penalizado pela pandemia, que ditou uma quebra de 70% no número de passageiros transportados. Por isso, o documento de trabalho faz a comparação com níveis pré pandemia, ou seja, 2019. Aponta uma quebra entre 40% e 59% nos próximos dois anos, colocando as receitas anuais da TAP SGPS entre 1,3 milhões de euros e dois milhões de euros.

Já no que diz respeito ao número de horas do voo anuais, a base são 410 em 2019. Nos próximos dois anos, a quebra poderá ser entre 30% (para 286 horas) e 47% (para 218 horas). Estes são níveis próximos de 2010 e 2011, quando as horas de voo da TAP eram inferiores a 300.

A quebra está relacionada com o coronavírus, mas também com o plano de reestruturação. Por um lado, a TAP espera recuperar, no próximo ano, apenas 46% na procura (medida pelo aumento do número de passageiros) para os seus principais mercados. Segue-se um caminho gradual de recuperação até 94% dos níveis pré pandemia em 2025. Este percurso assume que as vacinas contra a Covid-19 serão distribuídas na segunda metade de 2021.

Por outro, a frota será reduzida no âmbito do plano de reestruturação. A companhia aérea abandonou encomendas que tinha e começou já a negociar a devolução de alguns aviões. No final do primeiro semestre de 2020, a frota total da TAP era composta por 108 aviões, dos quais 102 aviões disponíveis para a operação comercial. O plano prevê que venham a ser 88 aviões e menos dois mil trabalhadores.

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