Exportações portuguesas de cortiça subiram 50% em dez anos
Tendo França como principal mercado, as exportações portuguesas de cortiça subiram, nos últimos dez anos, 50%, para mais de mil milhões de euros.
As exportações portuguesas de cortiça subiram 50% na última década, para mais de mil milhões de euros, com França a ser o principal mercado, segundo um estudo da Associação Portuguesa de Cortiça (APCOR).
“Na última década, as exportações portuguesas de cortiça aumentaram mais de 50%, tendo superado os mil milhões de euros”, lê-se no estudo A fileira da cortiça: da floresta ao consumidor.
França é o principal mercado para as exportações, representando 18,3%, “mas tem vindo a perder quota” para os Estados Unidos da América (17,4%) e Espanha (15,4%).
Por produto, as rolhas representam mais de 70% das exportações. Em valor, as rolhas de cortiça natural representam 59% das exportações de rolhas, tendo perdido, na última década, 10 pontos percentuais para as rolhas técnicas.
De acordo com o estudo, Espanha é o principal mercado para as exportações portuguesas de materiais de construção em cortiça, que mais do que quadruplicaram (350%) na última década, neste país.
Por sua vez, as importações aumentaram 136% desde 2009, impulsionadas pela cortiça natural. Espanha é o principal fornecedor de Portugal (70%), sendo a restante percentagem distribuída por Itália e pelo Norte de África.
“A cortiça representa 1,84% das exportações portuguesas de mercadorias, mas apenas 0,29% das correspondentes importações. Em 2018, o comércio internacional de cortiça gerou, para Portugal, um excedente comercial que excedeu os 850 milhões de euros, um dos mais elevados de toda a economia nacional, tendo aumentado 41% desde 2009”, revelou a Apcor.
O estudo apontou ainda que, anualmente, a indústria da cortiça efetua investimentos de mais de 40 milhões de euros, alavancados pelos sistemas de incentivos, como o Compete 2020, dados que se baseiam nas demonstrações financeiras de 478 empresas que estiveram em atividade contínua de 2014 a 2018.
No documento, foram apontadas como as principais ameaças para o setor: as alterações climáticas, a degradação da floresta e do sobreiro, a redução do consumo do álcool e o desinteresse pelo potencial da cortiça.
Já no que concerne às oportunidades, inclui-se a aplicação da cortiça na construção, a apetência do mercado por produtos sustentáveis, a possibilidade de recurso a fundos ambientais e o desenvolvimento tecnológico.
Este estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto Cork_Inov, com o apoio de fundos comunitários, num investimento total de 649.797,99 euros, comparticipado em 85%.
Fundada em 1956, a APCOR é a única associação patronal do setor em Portugal, representando 270 empresas.
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