PSD quer uso obrigatório de máscaras na rua prolongado por mais três meses
Diploma foi entregue no parlamento na quinta-feira e pretende a prorrogação da vigência da atual lei. As coimas variam dos 100 aos 500 euros para os incumpridores.
O PSD propôs o prolongamento do uso obrigatório de máscaras na rua por mais três meses, iniciativa que terá de ser votada na terça-feira para ter efeitos antes de terminar a vigência da lei atual, em 5 de janeiro. O diploma foi entregue no parlamento na quinta-feira e pretende a prorrogação da vigência da atual lei, que impõe o uso obrigatório de máscara em espaços públicos, com coimas entre os 100 e os 500 euros para os incumpridores.
“A manutenção da situação de calamidade pública devido à pandemia da covid-19, que tem determinado a declaração de estado de emergência, e os sucessivos alertas dos peritos para um crescente risco de agravamento dos contágios na ausência de medidas, desaconselham em absoluto o relaxamento das medidas de prevenção e mitigação da transmissão do vírus adotadas, particularmente das mais básicas como a obrigatoriedade do uso de máscara em espaços públicos”, justificam os sociais-democratas, na exposição de motivos.
A anterior lei estava em vigor desde 28 de outubro e tinha uma vigência de 70 dias, que terminam em 5 de janeiro. Ou seja, para que o diploma se mantenha em vigor terá de ser aprovado no último plenário do ano, marcado para terça-feira, já que a Assembleia da República só voltará a reunir-se em 06 de janeiro.
O anterior projeto-lei do PSD foi aprovado em 23 de outubro, na generalidade, especialidade e votação final global, com votos contra da IL, abstenções de BE, PCP, Verdes e da deputada Joacine Katar Moreira, contando com voto favorável das restantes bancadas. O deputado único do Chega esteve ausente da votação.
O diploma — que o PSD pede agora que continue em vigor por mais três meses nos mesmos termos — determina que é obrigatório o uso de máscara (que não pode ser substituída por viseira) aos maiores de dez anos para o acesso, circulação ou permanência nos espaços e vias públicas “sempre que o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de saúde se mostre impraticável”.
Pode haver dispensa desta obrigatoriedade “em relação a pessoas que integrem o mesmo agregado familiar, quando não se encontrem na proximidade de terceiros” ou mediante a apresentação de um atestado médico de incapacidade multiusos ou declaração médica que ateste que a condição clínica ou deficiência cognitiva não permitem o uso de máscaras.
Também não é obrigatório o uso de máscara quando tal “seja incompatível com a natureza das atividades que as pessoas se encontrem a realizar”. A fiscalização “compete às forças de segurança e às polícias municipais” e o incumprimento do uso de máscara constitui contraordenação, sancionada com coima entre os 100 e os 500 euros.
A iniciativa do PSD surgiu na sequência de uma proposta de lei apresentada pelo Governo em meados de outubro, que pretendia tornar obrigatório quer o uso de máscara quer da aplicação informática StayAway Covid.
Depois das críticas generalizadas dos partidos – incluindo do PS – à obrigatoriedade de usar a ‘app’ que foi anunciada há meses como voluntária, o presidente do PSD, Rui Rio, anunciou que os sociais-democratas apresentariam um projeto idêntico ao do Governo, mas apenas na parte relativa às máscaras e o executivo acabou por ‘desagendar’ a sua iniciativa.
Portugal contabiliza pelo menos 5.977 mortos associados à covid-19 em 366.952 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS). O estado de emergência decretado em 09 de novembro para combater a pandemia foi renovado até 07 de janeiro, com recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.
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