Galp e BCP caem 8% e arrasam Lisboa, nova estirpe do vírus pressiona Europa

Lisboa cai 4,2% perante o recuo dos preços do petróleo e a decisão da Galp de fechar a refinaria de Matosinhos. Europa regista quedas expressivas com receio da nova estirpe do vírus.

A bolsa de Lisboa abriu em forte baixa, acompanhando a tendência da generalidade das praças europeias. Os investidores estão a reagir negativamente a um conjunto de fatores, desde a descoberta de uma nova estirpe do coronavírus alegadamente mais contagiosa no Reino Unido ao falhanço de mais um prazo nas negociações para a relação pós-Brexit com a União Europeia.

Enquanto o Stoxx 600 cai 3,07%, o britânico FTSE 100 perde 2,52% e o francês CAC-40 recua 3,26%. Em simultâneo, o alemão DAX cede 3,58%, o espanhol IBEX-35 desvaloriza 4,04% e o português PSI-20 derrapa 4,20%, para 4.563,1 pontos, significativamente pressionado pela queda das ações da Galp Energia.

A petrolífera nacional anunciou esta segunda-feira que vai fechar a refinaria de Matosinhos, concentrando as operações de refinação em Sines. Desvaloriza 8,54% em bolsa, para 8,034 euros por ação, num dia também marcado por quedas significativas nos preços do petróleo: o Brent, referência para as importações nacionais, segue a cair 5,40%, para 49,44 dólares o barril.

Galp sem energia na bolsa de Lisboa

Não é a única cotada de peso com performance fortemente negativa. O BCP regista o outro dos piores desempenhos do principal índice bolsista português, desvalorizando 7,8%, para 11,35 cêntimos. Destaque ainda para a Ramada Investimentos, que, neste que é o primeiro dia a negociar enquanto membro do PSI-20, está a perder 8,06%, para 4,45 euros cada título.

As perdas estão generalizadas na praça portuguesa. Na construção, a Mota-Engil recua 4,76%. Nas comunicações, a operadora Nos cede 3,12% enquanto os correios CTT recuam 4,92%. Na energia as perdas também são notáveis: a EDP cai 2,31% e a EDP Renováveis desvaloriza 1,94%, com cada ação a cotar novamente abaixo dos 20 euros (19,76 euros).

Nova estirpe ofusca estímulos

Esta promete ser uma sessão com características muito peculiares. Desde logo, os mercados estão a reagir à decisão do Reino Unido de avançar com um novo confinamento, potencialmente duradouro, para evitar a propagação de uma nova estirpe do coronavírus que, segundo modelos científicos, pode ser até 70% mais contagiosa. Uma notícia que surge em cima do momento em que arranca a vacinação contra a Covid-19 à escala global.

Ao mesmo tempo, os investidores estão descontentes com mais um falhanço nas negociações para a relação pós-Brexit entre o Reino Unido e a União Europeia. Também por este motivo, a libra esterlina segue a desvalorizar 1,32% face ao euro, com cada euro a comprar agora 0,9189 libras.

Mas há também notícias positivas. Nos EUA, depois de avanços e recuos, o Congresso chegou finalmente a um acordo para mais uma ronda de estímulos orçamentais, agora de 900 mil milhões de dólares, que prevê uma bonificação de 300 dólares por semana nos subsídios de desemprego e novos cheques de 600 dólares em ajuda direta aos contribuintes. Esta era uma notícia amplamente aguardada pelos investidores, mas ofuscada esta segunda-feira pelos restantes fatores negativos.

As atenções estarão ainda debruçadas sobre a Tesla quando abrirem os mercados norte-americanos às 14h30 de Lisboa. A fabricante automóvel entra esta segunda-feira no índice S&P 500, numa operação sem precedentes devido à escala da empresa. Vários fundos de índice tentarão comprar ações da elétrica para refletirem de forma precisa o desempenho do índice de referência norte-americano, o que poderá espoletar oscilações expressivas no índice e na ação.

(Cotações atualizadas às 10h59)

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