Yahoo sob investigação da polícia dos mercados
A SEC, o regulador norte-americano dos mercados, terá aberto uma investigação a Yahoo. Atrasos na divulgação de informação sobre os ataques informáticos de que foi alvo poderão ter violado a lei.
O cerco aperta-se para a Yahoo. A Securities and Exchange Comission (SEC), o regulador norte-americano dos mercados, está a investigar até que ponto a tecnológica deveria ter revelado mais cedo os dois ataques informáticos de que foi alvo, avançou esta segunda-feira o The Wall Street Journal (acesso pago). Recorde-se que, no ano passado, a empresa divulgou duas fugas de informação massivas que puseram em risco os dados pessoais de largos milhões de utilizadores.
Segundo o jornal, o primeiro ataque, que terá acontecido em 2014, foi oficialmente revelado aos mercados em setembro de 2016 e abrangeu dados de pelo menos 500 milhões de utilizadores dos serviços da empresa. Até ao momento, a Yahoo ainda não explicou porque demorou dois anos a prestar essa informação aos investidores embora, no passado, já tivesse sugerido que o ataque teria sido perpetrado por um Estado.
Mais tarde, em meados de dezembro de 2016, a Yahoo revelou outra fuga de informação ainda maior, que terá resultado de um ataque informático em agosto de 2013. A confirmar-se, é uma das maiores brechas de que há registo. Mas, ainda assim, a investigação da SEC deverá focar-se na brecha de segurança anterior.
As autoridades abriram uma investigação e, em dezembro, apresentaram um requerimento para obter documentos para o processo, indica o jornal, citando fontes familiarizadas com o assunto. A lei obriga as empresas a divulgarem estes problemas assim que se determine que isso possa ter um efeito nas decisões dos investidores. A investigação da SEC deverá ir no sentido de perceber se a Yahoo violou a lei ao não revelar de imediato aos mercados os problemas de que terá sido alvo.
O processo ainda estará numa fase muito inicial, garante o The Wall Street Journal. No entanto, os ataques informáticos à Yahoo têm-se revelado um enorme problema nas mãos da gigante tecnológica e surgiram num momento particularmente sensível, em que a companhia se preparava para, finalmente, fechar um acordo multimilionário de compra com a Verizon, no valor inicialmente proposto de 4,83 mil milhões de dólares.
Na altura, a notícia levantou questões sobre se a operadora iria deixar cair o negócio ou oferecer um montante menor pela compra da Yahoo. A Verizon prefere não comentar, mas já tinha apontado estar a estudar o impacto negativo dos ataques informáticos na empresa antes de tomar uma decisão final. Já em janeiro soube-se que, quando (e se) o negócio avançar, a maioria dos administradores da Yahoo deverá abandonar a empresa.
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