Guia para as Presidenciais: Quem são os candidatos e o que querem para o país
Em dois parágrafos, o ECO resume as principais ideias dos sete candidatos à Presidência da República e o que tendem a dizer os seus críticos. Saiba quem está na corrida e o que defende para o país.
As eleições Presidenciais estão quase a chegar e são sete os candidatos a assumir um mandato de cinco anos como Presidente da República. Os eleitores portugueses são chamados às urnas no domingo, 24 de janeiro, e, apesar do confinamento decretado pelo Governo em meados deste mês, a saída de casa para ir votar está salvaguardada na lei.
Também por causa da pandemia, a campanha foi diferente do habitual, com menos iniciativas nas ruas e maior aposta nas redes sociais. Para ajudar os leitores e eleitores nesta escolha, o ECO produziu um breve guia para as Presidenciais de 2021. Conheça os candidatos na corrida e o que defendem, pela ordem que aparecerão no boletim de voto.
Marisa Matias
Idade: 44 anos
Profissão: Dirigente e eurodeputada do Bloco de Esquerda
Marisa Matias volta a ser candidata à Presidência da República, erguendo bandeiras como a da “transparência no combate à impunidade dos financeiros, à corrupção das portas giratórias” e “à fuga fiscal de quem mais tem”. Assegura que não é candidata “para fazer vénias ao sistema ou a poderes que são os responsáveis pelo atraso de Portugal”.
Enquanto dirigente do Bloco de Esquerda, é várias vezes criticada pela não viabilização do partido ao Orçamento do Estado para 2021, apesar de defender a urgência de medidas de apoio às famílias e empresas por causa da pandemia.
Marcelo Rebelo de Sousa
Idade: 72 anos
Profissão: Presidente da República de Portugal
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente incumbente, recandidata-se ao cargo em Belém, prometendo ser “exatamente o mesmo” que os portugueses elegeram em 2016. Defende a estabilidade política do país, sobretudo num período de crise como a que o país enfrenta por causa da pandemia. Surge como favorito nas diferentes sondagens que têm sido divulgadas, reunindo apoio da esquerda à direita.
É várias vezes criticado pela decisão de não reconduzir Joana Marques Vidal no cargo de Procuradora-Geral da República e alguns candidatos consideram que está demasiado “preocupado” com a própria popularidade. É ainda criticado em algumas frentes por estar demasiado “colado” ao Governo de António Costa. Não tem site nem redes sociais e não publicou uma declaração de campanha.
Tiago Mayan Gonçalves
Idade: 43 anos
Profissão: Advogado e cofundador da Iniciativa Liberal
Tiago Mayan Gonçalves assume-se como “o primeiro candidato genuinamente liberal a Presidente da República”. Candidata-se contra o aumento da dependência do Estado, dizendo que os portugueses são “cada vez menos livres para escolherem” o seu “caminho”. Carrega ainda as bandeiras do combate às “teias de interesses e clientelismo”, às “portas giratórias” e ao “controlo pelo Governo do aparelho de Estado, da economia e dos media”.
Era desconhecido do grande público até se apresentar a estas eleições e os mais críticos duvidam do seu liberalismo durante uma crise em que o Estado é chamado a apoiar empresas e famílias.
André Ventura
Idade: 38 anos
Profissão: Presidente e deputado do Chega
Diz ser o candidato “da direita”, mas muitos acusam-no de ser da “extrema-direita”. André Ventura defende o reforço e melhoria das condições das forças de segurança e apoia fervorosamente o regresso da prisão perpétua. Como tal, defende a revisão da Constituição para a instituição de uma “República Presidencialista”, a que chama de “IV República”.
Tem atraído condenação pelas posições inflamatórias contra minorias, como os ciganos, e é acusado de populismo, ou mesmo de “ameaça à Democracia”. É ainda criticado por alegadas posições incoerentes, como o facto de ter votado a favor e contra no Parlamento na votação do travão às transferências do Fundo de Resolução para o Novo Banco.
Vitorino Silva
Idade: 49 anos
Profissão: Calceteiro
Popularmente conhecido por “Tino de Rans”, Vitorino Silva candidata-se em representação “do povo”, expressão que repetiu diversas vezes nos debates e na campanha. Quer ser o candidato de todos os portugueses e assume que “a rua” é o seu gabinete.
A atitude coloquial rende-lhe acusações de populismo e há quem veja nele uma ausência de ideias concretas.
João Ferreira
Idade: 42 anos
Profissão: Membro do comité central e eurodeputado do PCP
João Ferreira quer protagonizar uma candidatura de “espaço de luta comum”, pela “juventude”, pelos “trabalhadores” e pelo “povo”. “É uma candidatura a um órgão de soberania unipessoal, apoiada num grande, generoso e combativo coletivo, o Partido Comunista Português”, assume João Ferreira. Luta pela valorização do trabalho e dos trabalhadores e um “outro rumo” para dar resposta aos problemas do país.
A ideologia comunista tem-lhe valido críticas, assim com o posicionamento do partido, tipicamente crítico em relação à Europa, numa altura em que Portugal espera milhões de euros de ajuda vinda de Bruxelas.
Ana Gomes
Idade: 66 anos
Profissão: Embaixadora jubilada, comentadora e ex-eurodeputada do PS
Não reuniu o apoio do seu próprio partido, o PS, mas nem por isso Ana Gomes aceitou ficar de fora da corrida. Considera que “importa, claro, a estabilidade”, mas aponta que a estabilidade “não equivale” nem “pode equivaler” a “um país conformado”. “Como Presidente da República dedicar-me-ei a promover a liberdade e direitos humanos, integridade, boa governação e segurança”, diz.
Prometeu que, se for eleita, pedirá ao Ministério Público que pondere a ilegalização do partido Chega, apesar de garantir que é Marcelo Rebelo de Sousa o seu principal “adversário”. A promessa valeu-lhe apoios, mas também várias críticas.
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