“Situação é de elevadíssima pressão sobre todo o sistema de saúde português”, alerta Temido
Ministra da Saúde avisa que o sistema nacional de saúde está "muito próximos do limite" dos recursos físicos e humanos e apela a que todos os cidadãos cumpram as medidas de confinamento.
A ministra da Saúde, Marta Temido, vê com “muita preocupação” o fraco cumprimento do confinamento este fim de semana em Portugal. Alerta que todo o sistema nacional de saúde está sob forte pressão e muito próximo do limite, pelo que é precisa a ajuda de todos para conter o agravamento da pandemia.
“A situação é de elevadíssima pressão sobre todo o sistema de saúde português“, começou por dizer a ministra, em declarações aos jornalistas após uma visita ao Hospital Garcia de Orta, em Almada. Todo o sistema — ou seja, Serviço Nacional de Saúde, mas também operadores sociais e privados — está em “extremo sobreesforço”.
O agravamento da situação nos últimos dias levou os hospitais a perto do limite. O Garcia de Orta, por exemplo, apontava no sábado para um “cenário de pré-catástrofe”, enquanto o Hospital de Santa Maria viu a procura aumentar 70% em 15 dias gerando filas de ambulâncias com doentes à espera de entrar.
Marta Temido explicou que foram acionados acordos com os hospitais privados CUF, Lusíadas e Luz Saúde, mas não foi ainda feita nenhuma requisição civil. Apesar desse acrescento nos recursos também estes estão já quase esgotados. “Estamos a por todos os meios que existem no país a funcionar, mas há um limite. E estamos muito próximos do limite“, alertou.
No sábado, tanto o número de novos casos de Covid-19 como de mortos atingiu recordes, sendo que este domingo — apesar de estes indicadores terem recuado ligeiramente — continuaram a aumentar os internados (4.889 em todo o país), incluindo nos cuidados intensivos (um total de 647). “É um sinal de elevada preocupação”, apontou a ministra sobre o número de internados.
“Como tal, a mensagem muito clara é que não podemos deixar os profissionais de saúde sozinhos. Hoje o ministério da Saúde veio [ao Hospital Garcia de Orta] fazer uma reunião de trabalho, mas também para passar uma mensagem para a população”, apelou. Os dados da mobilidade medidos pela consultora PSE mostram que no primeiro dia de confinamento obrigatório, sexta-feira, apenas 39,5% das pessoas ficaram em casa, contra 61% no primeiro dia de confinamento em março.
(Notícia atualizada às 17h20)
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