Em plena pandemia, surge o lado mais solidário das empresas

O lado solidário de muitas empresas e outras entidades está a revelar-se durante a pandemia. Conheça 18 iniciativas para ajudar quem está a ficar para trás na crise sanitária.

Lojas encerradas, restauração e hotéis em serviços mínimos, muitos outros negócios em pausa e famílias com cortes severos nos rendimentos. As medidas para enfrentar a pandemia covid-19 estão a deixar muitos para trás. Perante a crise que se sente em vários setores da sociedade, há empresas a avançar com iniciativas para mitigar as consequências sociais da Covid-19 ou a apoiar o combate a esta crise de saúde pública.

Das cadeias de supermercados às marcas de automóveis, passando pelos grupos de ótica e pelas seguradoras, a responsabilidade social das empresas tem falado mais alto numa altura em que é necessário ajudar o país a atravessar este momento difícil. O ECO fez um apanhado destas iniciativas sociais:

PLMJ

A PLMJ tem vindo, desde o início da pandemia, a realizar algumas iniciativas solidárias. Depois de, através do seu sócio Diogo Perestrelo e com o apoio de mais oito empresas, ter contribuído para a doação de um total de 126 ventiladores ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), aquele que é conhecido por ser o maior escritório de advogados português optou, durante o período do Natal, por fazer um donativo ao projeto ABEM, da Associação Dignitude, com o intuito de apoiar 100 famílias carenciadas, durante o período de um ano, através da concessão de medicamentos.

Ao ECO, Alexandra Ferreira, diretora de Comunicação da PLMJ, acrescenta que a empresa se encontra também a trabalhar em conjunto com a Associação CRESCER, de forma a angariar donativos para a realização de obras de beneficiação no restaurante desta organização sem fins lucrativos, que serve diariamente refeições a famílias necessitadas. Além do mais, o escritório de advogados decidiu reforçar “as campanhas internas de recolha de bens e donativos para instituições de solidariedade” cada vez mais requisitadas pela população, como é o caso do Banco do Bébé, avançou Alexandra Ferreira.

Relembre-se ainda que a PLMJ, em conjunto com outras das principais sociedades de advogados do país, tinha participado no Rock ‘n’ Law, iniciativa que reverteu mais de 47.450 euros de donativos para a União Audiovisual.

Fundação Calouste Gulbenkian

Consciente de que o confinamento geral, que vigorou durante a primeira vaga da pandemia, impediu jovens e crianças de terem aulas em regime presencial e teve efeitos nefastos ao nível da aprendizagem, a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu dar asas ao seu projeto GAP – Gulbenkian Aprendizagem.

Esta iniciativa, como esclarece a Fundação em comunicado de imprensa, “pretende apoiar pelo menos 5.000 alunos dos ensinos básico e secundário a recuperar aprendizagens” nas áreas do “Português, Inglês e Matemática“, bem como a “desenvolver competências importantes para o estudo autónomo”. Cerca de 120 escolas serão, assim, alvo deste apoio entre janeiro e junho de 2021.

No âmbito deste projeto, e em complemento a estas mentorias, a Sociedade Portuguesa de Matemática está a assegurar aulas da disciplina a um conjunto de turmas que, devido aos efeitos da situação pandémica, se encontram sem professor dessa matéria.

Institutoptico

Em tempos de pandemia, também o grupo de ótica nacional Institutoptico optou por doar mais de 12 toneladas de alimentos, no valor de 21.293 euros, à Rede de Emergência Alimentar, na passada véspera de Natal. Esta rede, criada pelo Banco Alimentar para fazer frente à situação de emergência que o país vive, apoia 2.099 famílias.

A doação resultou da campanha de Natal levada a cabo entre os dias 26 de novembro e 22 de dezembro na rede de óticas da marca, totalizando “quer a doação de 1 euro por fatura emitida, quer as comparticipações efetuadas por clientes e parceiros de negócio”, esclareceu a empresa em comunicado.

Allianz e Fundação do Futebol

A fase final da Taça da Liga, que se encontra a decorrer durante esta semana, foi também transformada em momento de solidariedade. Isto porque, por cada golo marcado durante os jogos das duas meias-finais e da final da competição, serão doadas duas toneladas de bens alimentares à Rede de Emergência Alimentar, segundo a Lusa.

Desenvolvida em conjunto entre a Allianz e a Fundação do Futebol, da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, esta é uma iniciativa que conta, também, com o apoio do Minipreço, que se propôs a doar uma quantidade adicional de quatro toneladas de alimentos à mesma instituição.

Mercadona

A cadeia de supermercados Mercadona decidiu agir contra as consequências sociais e económicas da crise de saúde pública. Assim, em 2020, a marca optou por doar mais de 17 mil toneladas de produtos a cantinas sociais, bancos alimentares e outras instituições de solidariedade social em Espanha e Portugal.

Da totalidade dos produtos doados, 1.200 toneladas de bens de primeira necessidade foram distribuídos por instituições portuguesas, revelou a empresa em comunicado. Bancos alimentares, cantinas sociais, hospitais, instituições da Cruz Vermelha ou da Cáritas portuguesa foram algumas das entidades que beneficiaram com esta iniciativa.

Missão Continente

A Missão Continente deu recentemente a conhecer o seu saco de compras solidário e reutilizável, cujas vendas revertem na totalidade para apoiar a capacidade de resposta da Cruz Vermelha Portuguesa aos pedidos de apoio que lhe chegam, avançou a marca em comunicado de imprensa. Disponível pelo preço de um euro em todas as lojas Continente, metade do valor de venda deste saco reverterá diretamente para a Cruz Vermelha Portuguesa.

Antes desta iniciativa, a Missão Continente tinha já, em parceria com a TVI e a Federação Portuguesa de Futebol, colocado em andamento uma campanha solidária com intuito de apoiar quem mais passa por dificuldades económicas, intitulada “Todos por Todos” e que esteve em vigor desde 13 de novembro até 27 de dezembro. O resultado? 1.2 milhões de euros angariados em alimentos.

Tal foi possível, nomeadamente, através da iniciativa dos vales solidários, que contou com a contribuição de todos os portugueses para a entrega de donativos e alimentos à Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), à Rede de Emergência Alimentar e à União Audiovisual. Os clientes que mais contribuíram para esta iniciativa solidária foram ainda recompensados com bilhetes para um de 11 concertos de músicos portugueses, numa tentativa de prestar apoio à cultura e ao meio artístico.

Grupo Nabeiro-Delta Cafés

Consciente das dificuldades que têm vindo a ser sentidas por certas famílias, bem como pelos negócios da restauração, o Grupo Nabeiro-Delta Cafés criou, em conjunto com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, o movimento “Lugar à Mesa”.

Através desta iniciativa, o grupo propôs-se a oferecer refeições confecionadas por um grupo inicial de 25 restaurantes lisboetas aderentes a famílias carenciadas. A primeira fase deste projeto decorria até 17 de janeiro, embora o mesmo se tenha visto estendido até 25 deste mês. Como indica o site do projeto, foram já doadas mais de cinco mil refeições a famílias afetadas pela pandemia, com qualquer cidadão a deter a possibilidade de realizar um contributo individual.

Nestlé

A Nestlé foi outra das marcas a juntar-se a esta onda de solidariedade. Ao ECO, fonte oficial da marca conta como, “nos primeiros dias deste ano”, optou por apoiar o Banco Alimentar, através da oferta de refeições da sua marca própria Garden Gourmet, destinadas à distribuição por “quem mais precisa”.

Desde que a pandemia chegou a Portugal e até à data atual, “a Nestlé doou 685 mil embalagens dos mais variados produtos e bebidas do seu portefólio, incluindo também produtos de alimentação para animais de companhia”, revelou a mesma fonte.

Super Bock

A Super Bock foi outra das marcas a desenvolver uma iniciativa com vista a apoiar os mais afetados pela pandemia. Neste caso, a Associação União Audiovisual foi o alvo escolhido para a realização de uma doação no valor de 26 mil euros.

Isso só foi possível através do lançamento, no final de 2020, de uma cerveja especial e solidária, destinada a ser comprada pelos trabalhadores da empresa e pelas respetivas famílias. A totalidade dos lucros resultantes da venda desta cerveja vai reverter para a referida associação.

Unicre

Tal como é já hábito da empresa durante o período do Natal, a Unicre, instituição financeira especializada na gestão e disponibilização de serviços de crédito e de pagamentos, voltou a associar-se à Fundação do Gil para disponibilizar um cartão-presente solidário, intitulado Cartão Alegria, destinado a ser adquirido por consumidores e empresas pelo valor de dois euros.

Este ano, e face ao contexto pandémico, por cada cartão vendido, a empresa ofereceu um donativo no valor de quatro euros para apoiar as atividades da Casa de Acolhimento da Fundação do Gil, bem como para reforçar o projeto de Cuidados Domiciliários Pediátricos da instituição. No total, foram doados 32.258 euros, avança a marca em comunicado.

Viva Wallet

O Viva Wallet, um neobank europeu inteiramente baseado na Cloud, anunciou no final da semana passada, através de uma publicação na sua página no Facebook, uma iniciativa que “visa apoiar um dos setores mais afetados pela pandemia”, isto é, o setor da restauração. Neste sentido, a empresa propôs-se a oferecer gratuitamente terminais de pagamento portáteis, bem como a utilização dos seus serviços a todas as empresas do setor da restauração com interesse em aderir.

CTT

Os CTT – Correios de Portugal têm também vindo a desempenhar iniciativas destinadas a apoiar a economia e a sociedade portuguesa neste período de maior aperto. Mais recentemente, a marca optou por oferecer seis meses de mensalidade do seu serviço Criar Lojas Online, “no âmbito de um protocolo com os Municípios”, dando a “empresas que não têm presença digital” a possibilidade de criarem “uma loja online de forma simples e rápida”, oferecendo-lhes assim uma nova forma de chegarem aos seus consumidores, revelou fonte oficial dos CTT ao ECO. Esta é uma oferta que está disponível para todos os lojistas, comerciantes e produtores locais que adiram ao serviço até 15 de fevereiro.

A propósito do Natal, os CTT apoiaram ainda a campanha de Natal da NOS, que permitiu o envio de milhares de Ursinhos Presente através do Correio Verde, “cujas receitas das vendas reverteram para a Associação Coração Amarelo”. Esta associação tem como objetivo combater a solidão dos mais idosos, esclareceu a mesma fonte.

Rnters

A Rnters é conhecida por ser uma startup portuguesa que permite o aluguer de qualquer tipo de artigos. Num Natal que ficou inevitavelmente marcado pela pandemia, a marca realizou mais uma edição da sua iniciativa Pinheiro Bombeiro, através da qual os seus clientes podiam alugar pinheiros que tiveram de ser cortados na limpeza de matas e na prevenção de incêndios, podendo assim ser usados como decorações natalícias.

Durante as festividades natalícias, foram angariados cerca de 30.900 euros com esta iniciativa, avançou a marca em comunicado de imprensa, os quais serão doados aos Bombeiros Voluntários Portugueses para aquisição de novos equipamentos profissionais. Tal foi possível através do aluguer de 5.900 pinheiros, um aumento de 2.000 árvores face à última edição do projeto, de acordo com os dados divulgados pela Rnters.

Airbnb

No passado mês de dezembro, a Airbnd anunciou o seu intuito de oferecer alojamento temporário a trabalhadores e voluntários que se encontravam na linha da frente do combate contra a Covid-19 e que não podiam ir a casa, nomeadamente, por necessitarem de manter alguma distância em relação aos seus familiares, de forma a não colocá-los em risco.

Tal foi possível através da recente criação da Airbnb.org, organização sem fins lucrativos que conta com o apoio de entidades como a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) e a Community Organized Relief Effort (CORE), de forma a “oferecer alojamento em situações de emergência” a todos aqueles que dele necessitam, pode ler-se no site oficial da organização.

Embora tendo como foco principal o contexto da pandemia, pessoas desalojadas, trabalhadores humanitários ou refugiados são também visados com esta iniciativa.

Rede Energia

A Rede Energia, empresa que comercializa combustíveis low-cost, aproveitou a época natalícia para se solidarizar com quem se encontra a “atravessar maiores dificuldades” devido ao “surgimento da situação pandémica provocada pela Covid-19“, avança a marca através de uma publicação na rede social Facebook.

Nesse sentido, a empresa angariou um total de 1.859 ceias de Natal, as quais foram entregues a 22 de dezembro à Rede de Emergência Alimentar, pode ler-se na mesma publicação. Tal foi possível através da sua campanha “Depósito Solidário”, em vigor de 10 de novembro a 21 de dezembro, e que oferecia uma ceia de Natal à já mencionada instituição por cada 3.000 litros de combustível vendido.

Nissan

Também no setor automóvel têm existido iniciativas de responsabilidade social em tempos de Covid-19. É o caso da Nissan, que cedeu à Cruz Vermelha Portuguesa três automóveis, do modelo Qashqai, destinados a apoiar no transporte de testes à Covid-19, os quais são realizados pelo pessoal médico da própria Cruz Vermelha Portuguesa.

Esta é uma medida que surge no âmbito do programa #EuAjudoQuemAjuda da instituição, com o objetivo de “reforçar o combate” contra a Covid-19 durante as “próximas semanas”, esclareceu a marca automóvel em comunicado de imprensa enviado às redações.

Porsche AG

No princípio da pandemia, a Porsche Ibérica criou a divisão Porsche Compromisso Social (PCS), a qual nasceu com o objetivo de promover a criação ou a associação da marca a projetos de cariz solidário. A filial ibérica da empresa desenvolveu diversas iniciativas, como por exemplo o programa Porsche SOMA, que em Portugal resultou numa colaboração com a Rede de Emergência Alimentar, e a angariação de 300.000 euros com o fim de serem distribuídos pelos Bancos Alimentares de Portugal e Espanha.

Agora, a “empresa-mãe”, a Porsche AG, optou por reforçar essa mesma ajuda a estas causas de natureza social, alocando mais 200.000 euros às somas investidas pela Porsche Ibérica para apoiar aqueles que mais necessitam.

AEP – Associação Empresarial de Portugal

Várias empresas, bem como alguns particulares, contribuíram também para que a AEP – Associação Empresarial de Portugal tenha oferecido cerca de 100 mil euros ao Banco Alimentar Contra a Fome do Porto, no âmbito da iniciativa intitulada “SOS – CORONAVÍRUS”, promovida em conjunto com a Ordem dos Médicos. Em comunicado de imprensa, a associação refere que o donativo surge com o objetivo de “fazer face às crescentes situações de emergência que uma parte significativa da população portuguesa enfrenta”.

Isto depois de ter cedido já, no final do mês passado, 300 mil euros ao Hospital de São João, para ajudar na criação de “unidades de isolamento aéreo para Cuidados Intensivos, com condições para receber doentes com enfermidades infectocontagiosas”.

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