Vem aí a vacina da AstraZeneca, mas muitos países europeus não a vão dar aos mais idosos

No total, já oito países impuseram restrições à vacina da AstraZeneca. Espanha e Grécia ainda estão a avaliar e Portugal aguarda mais recomendações do regulador europeu.

É já no dia 9 de fevereiro que as primeiras doses da vacina da AstraZeneca chegam a Portugal. Aprovada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA, sigla em inglês) no passado dia 29, a vacina tem gerado polémica devido à falta de informação sobre a eficácia nos mais idosos, levando alguns países, como França ou Suécia a não administrarem essa vacina aos mais velhos.

No momento da sua aprovação, a EMA relembrou que os ensaios clínicos não fornecem muitos dados sobre a eficácia da vacina em pessoas com idades a partir dos 55 anos, pois não foram incluídos muitos idosos nos ensaios, apesar de este ser o grupo mais afetado pela Covid-19.

“No entanto, espera-se proteção, dado que se observa uma resposta imunitária neste grupo etário e com base na experiência com outras vacinas; como existe informação fiável sobre segurança nesta população, os peritos científicos da EMA consideraram que a vacina pode ser utilizada em adultos mais velhos”, lê-se no comunicado do regulador europeu. Mais informação sobre o assunto será revelada quando houver mais dados.

Apesar da indicação da EMA, são já oito os países que impuseram restrições à vacina da AstraZeneca. Por outro lado, Portugal, que começou esta semana a vacinar todas as pessoas com mais de 80 anos, vai aguardar “que esse facto seja esclarecido”, indicou a ministra da Saúde, Marta Temido, na segunda-feira.

Que países não recomendam a vacina aos mais velhos?

A polémica começou na Alemanha. Um dia antes da EMA aprovar a vacina, as autoridades de saúde alemãs anunciaram que não recomendam a vacina às pessoas com mais de 65 anos por não haver informações suficientes sobre a eficácia nesse grupo etário.

Também as autoridades de saúde francesas aprovaram a vacina britânica com o limite de idade nos 65 anos. Mais especificamente, em França a vacina é recomendada para profissionais de saúde e pacientes entre os 50 e 65 anos.

Numa atitude semelhante, a Suécia recomenda que se dê prioridade na utilização desta vacina às pessoas com 18 a 65 anos.

A mesma recomendação foi feita pelo Governo austríaco na segunda-feira. No entanto, se houver problemas logísticos com as outras duas vacinas já aprovadas na União Europeia (Pfizer/BioNTech e Moderna), será possível que pessoas com mais de 65 anos tomem a vacina.

A Itália, a Bélgica, os Países Baixos e a Polónia vão mais longe. Em Itália é recomendado que se arranjem alternativas à vacina da AstraZeneca para os cidadãos com mais de 55 anos. Ainda assim, a Agência Italiana de Medicamentos autorizou a vacina para todos os maiores de 18. Também na Bélgica a vacina não será permitida aos maiores de 55 anos. Já a Polónia e os Países Baixos são ligeiramente mais permissivos, e recomendam a vacina para a população entre o 18 e os 60 anos.

Em Espanha não há ainda uma decisão oficial, mas a imprensa espanhola avança que a tudo indica que a vacina não será administrada a maiores de 65 anos devido à falta de dados que provem a sua eficácia neste grupo. Também a Grécia está a ponderar avançar com esta recomendação.

Sem contar com Espanha e Grécia, o grupo de países que não recomendam a vacina a maiores de 55, 60 ou 65 anos estão entre os Estados-membros mais populosos da União Europeia. No total, a sua população perfaz cerca de 66% do bloco europeu (segundo média do Pordata).

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