Intesa avalia fusão com a Generali

O segundo maior banco de Itália está a avaliar uma fusão com a Assicurazioni Generali, a maior seguradora do país. Banco poderá pagar até 16 mil milhões de euros em dinheiro e ações.

Pode estar iminente um negócio de proporções gigantescas em Itália. O Intesa Sanpaolo, o segundo maior banco italiano, está a avaliar uma eventual fusão com a Assicurazioni Generali, a maior seguradora do país, indicou o banco esta terça-feira, em comunicado. “O banco está interessado num crescimento industrial nas áreas da gestão de ativos, da banca privada e dos seguros”, indica a nota citada pela Bloomberg.

O Intesa poderá pagar três mil milhões de euros em dinheiro à Generali, investindo ainda outros 12 mil milhões de euros em 60% das ações para garantir o controlo da seguradora, avançou a imprensa italiana esta quarta-feira. Segundo a agência Bloomberg, a Assicurazioni Generali está avaliada em 24 mil milhões de euros, mais de metade do valor do banco comprador.

O Intesa Sanpaolo gere 370 mil milhões de euros em ativos. A aquisição da Generali, a confirmar-se, parece ir ao encontro da estratégia do banco de apostar em produtos mais lucrativos para fazer frente às baixas taxas de juro. A Generali conta com 76 mil colaboradores e operações em mais de 60 países e gere cerca de 500 mil milhões de euros em investimentos. Em contrapartida, o Intesa detém o maior portefólio de dívida pública italiana, no valor de 90 mil milhões de euros. A Generali também é obrigacionista, com uma carteira de 70 mil milhões de euros.

A notícia do negócio está a gerar reações distintas. Por um lado, os analistas veem nesta fusão uma forma de criar sinergias na área da gestão de ativos e da banca privada, permitindo reduzir custos operacionais. Por outro, não é um negócio fácil de concretizar. Quer da parte das regras da concorrência, quer por envolver duas instituições com diferente distribuição, perfil de risco e regulação, aponta a Bloomberg.

Contactada pela agência, a Generali optou por não comentar o comunicado do Intesa. Face à informação de que o negócio resultará na separação das operações da Generali e da Allianz na Alemanha, a seguradora alemã também preferiu não comentar.

Pode não acontecer

Muitos investidores parecem céticos de que o negócio se vá mesmo materializar. À Bloomberg, David Herro, responsável pelo departamento de investimentos da Harris Associates, empresa que detém uma pequena parcela do banco italiano, disse que “embora nos mantenhamos de mente aberta, os rumores desta fusão parecem inconsistentes com os planos estratégicos previamente anunciados”.

As ações da Generali na bolsa italiana estão a registar fortes ganhos com a notícia. Após um desempenho positivo de 3,94% no início da semana, as ações fecharam a sessão de terça-feira a escalar 8,21%. Esta quarta-feira, os títulos voltam a negociar no verde, registando até agora uma subida de 1,36%. Valem 15,63 euros cada.

Situação bem diferente com as ações do banco Intesa. Na bolsa italiana, os títulos da instituição, que arrancaram a semana com perdas de 2,91%, fecharam a sessão de terça-feira a derrapar 4,42%. Esta terça-feira, estão igualmente a cair 0,52%, valendo 2,28 euros cada.

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