Carlos César desconhece inquérito e diz-se “disponível para todos os escrutínios”
Em causa estarão suspeitas de irregularidades em negócios entre o Governo Regional dos Açores e empresas privadas, no que se refere à atribuição de subsídios públicos.
O presidente do PS, Carlos César, antigo presidente do Governo dos Açores, disse, esta quinta-feira, desconhecer “qualquer inquérito judicial” que o envolva, mostrando-se “disponível para todos os escrutínios e para esclarecer sempre e em tudo o que for preciso”.
“Tenho bem mais de quatro mil dias de presidente do Governo nos Açores, que podem ser escrutinados hora a hora, perante milhares de situações e de interlocutores. Encontrar-se-ão, certamente, erros e omissões, mas nunca atos ou práticas como as que se insinuam no que agora se noticiou. De resto, todo o meu património e rendimentos estão registados na declaração que, como membro do Conselho de Estado, continuo a ter de submeter ao Tribunal Constitucional. Aliás, e de acordo com a lei, o mesmo acontece com os meus familiares diretos. Assim é, há muitos anos”, sustenta o socialista, num texto escrito na sua página no Facebook.
Segundo o Correio da Manhã, Carlos César e o seu filho, o deputado do PS/Açores Francisco César, estarão a ser investigados pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Ponta Delgada, algo de que ambos declaram não ter conhecimento.
Carlos César diz que este tipo de história se tornou “quase corrente” atualmente.
E prossegue: “Alguém faz uma denúncia, difamante, que pode ser anónima. Abrem, frequentemente, um inquérito judicial e dão-lhe um número. Depois, alguém, cuja identidade raramente se sabe e com motivação que raramente se confirma, põe cá fora o pormenor suficiente. A insinuação está consumada, porque o desfecho não interessa. É assim que funciona. O caso, ou o boato, está lançado. Um dia, quando houver notícia que desminta a calúnia, será remetida para um cantinho de uma página perdida no interior de um jornal, ou nem isso, e já não se multiplicará em partilhas nas redes sociais”.
Para o presidente do PS, “a mentira incomoda, por vezes danifica, mas não se eterniza”.
“É muito difícil desfazer a maledicência e o boato. Não há outras formas que não sejam as da paciência na espera e da transparência na indagação do que estiver em causa”, concretiza.
Também Francisco César disse, esta quinta-feira, desconhecer “qualquer queixa ou inquérito judicial” em que o seu nome esteja envolvido, afirmando-se disponível para esclarecer o que for necessário.
“Desconheço qualquer queixa ou inquérito judicial que me envolva. Existindo alguma investigação que me inclua, como o jornal Correio da Manhã diz saber, confirmar-se-á que essa queixa está baseada em acusações infundadas e caluniosas. De qualquer modo estou, como sempre estive, disponível para esclarecer o que for necessário esclarecer ou até dar acesso à minha vida privada nesse âmbito. É com transparência que se combate a calúnia. Quem não deve não teme! É a única coisa que sei e posso dizer”, escreveu o socialista na sua página no Facebook.
Em causa estarão suspeitas de irregularidades em negócios entre o Governo Regional dos Açores – que foi presidido por Carlos César entre 1996 e 2012 – e empresas privadas, no que se refere à atribuição de subsídios públicos.
O inquérito, diz ainda o Correio da Manhã, terá sido aberto em julho de 2017.
O Ministério Público na Comarca dos Açores confirmou ao jornal a existência de um inquérito que “se encontra em investigação, sem arguidos constituídos e sujeito a segredo de justiça”.
Carlos César é atualmente presidente do PS e presidente honorário do PS/Açores, enquanto Francisco César é deputado do PS no hemiciclo açoriano.
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