Novo Banco agrava comissões dos cartões aos cheques. Acabam as borlas para contas acima dos 35 mil euros
Novo Banco vai mexer no preçário e vem aí uma vaga de aumentos das comissões. Contas pacote, cartões de crédito e cheques vão ficar mais caros a partir de maio.
Vem aí uma vaga de aumentos das comissões bancárias para os clientes do Novo Banco. Os agravamentos atingem vários produtos e serviços disponibilizados pela instituição, incluindo aqueles que são considerados mais básicos, como a manutenção da conta. Na conta de depósito à ordem normal, por exemplo, o banco acaba com a borla e passa a cobrar uma anuidade de 12 euros para saldos superiores a 35 mil euros. Mas as subidas ocorrem também nos cartões de débito e crédito e nos cheques.
As alterações ao preçário acabaram de ser anunciadas pelo Novo Banco no seu site e começam a ser aplicadas, na sua maioria, a partir do dia 7 de maio. E surgem num ano em que a instituição liderada por António Ramalho assumiu que pretende regressar aos lucros e deixar de depender das injeções públicas ao abrigo do acordo de capital contingente. Num período em que as baixas taxas de juro pressionam a margem financeira dos bancos, as comissões surgem como alvo apetecível para aumentar as receitas.
No que diz respeito aos clientes particulares do Novo Banco, a maior diferença vai ser sentida por aqueles que detêm uma conta de Depósito à Ordem Normal e cujos saldos são superiores a 35 mil euros. Para eles, a instituição vai acabar com a isenção de comissão para começar a cobrar uma anuidade de 12 euros, com cobrança trimestral. Com isso, o Novo Banco acompanha a tendência de outros bancos no fim das borlas a clientes particulares com mais dinheiro na conta.
Ainda nas contas de Depósito à Ordem Normal, o Novo Banco vai passar a aplicar uma comissão única de 62,3 euros para saldos até 35 mil euros, quando atualmente cobra 65 euros ou 15 euros de acordo com o envolvimento de recursos.
Contas pacote com aumentos entre 20 e 40 cêntimos
Já as comissões mensais associadas às contas pacote vão registar agravamentos entre os 20 cêntimos (contas com bonificação) e os 40 cêntimos (contas sem bonificação) a partir de maio.
Com o novo preçário, os clientes com Conta NB 100%, NB Seleção, NB 100% 55+, NB 100% 18,31 ou Conta Vencimento Empresa, entre outras, passam a pagar 5,9 euros (sem bonificação) e 2,95 euros (com bonificação), registando-se um agravamento do preço na ordem dos 7,3% face àquilo que pagam atualmente. Ao fim de um ano, esta subida traduz-se num encargo adicional de 4,8 euros (sem bonificação) e de 2,4 euros (sem bonificação).
Para quem tem Conta NB 360º, Conta NB 100% Gold RE (para não residentes), ou as contas descomercializadas NB 100% Gold, Conta 360º Academia, EasyNB, o aumento dos custos de manutenção é de 5,3%. As mensalidades subirão de 7,5 euros para 7,9 euros nas contas sem bonificação e de 3,75 euros para 3,95 euros nas contas com bonificação.
Nas contas para os mais jovens e universitários e que já foram descontinuadas também há alterações no preçário. Na Conta NB 18.31, para jovens entre os 18 e 31 anos, os encargos sobem para as contas sem bonificação, passando de 3 euros para 5 euros; e na Conta NB UP, destinada a clientes universitários até 30 anos, a isenção de comissão vai dar lugar a um encargo mensal de 5 euros.
Cartões e cheques mais caros
Os cartões do Novo Banco também vão encarecer. A substituição de um cartão de crédito NB Verde, NB Branco e outros cartões Gama Classic vai passar a ter um custo de 22,5 euros, mais 2,5 euros do que custa atualmente.
Nos cartões de débito, a disponibilização do cartão NB Débito na Hora terá uma comissão de 17 euros, o que representa uma subida de 70% face aos 10 euros que custa neste momento. Os cartões NB Débito e NB @Work terão um agravamento de custo de 50 cêntimos, para 20 euros. E o cartão Pocket NB vai custar mais 2,5 euros, para 12,5 euros. A substituição destes cartões também encarece.
Vários serviços relacionados com o cartão como a produção urgente do cartão, a reatribuição de PIN, o pedido de comprovativos (fotocópia fatura nacional, declaração de dívida) também vão sair mais caros. Por outro lado, as operações com MB Way, como o ECO já tinha avançado, não terão qualquer custo, com o Novo Banco a ir além das limitações impostas pelo Parlamento e a isentar os clientes qualquer comissão nestas transações.
Quanto aos cheques, haverá aumentos dos preços acima de 10% em relação à requisição ou entrega de módulos, variando em função do tipo e número de cheques.
Além destas alterações, o novo preçário trará mexidas que agravam custos em serviços mais específicos como as transferências a crédito internacionais não SEPA +, a prestação de garantias, o aluguer de cofres e ainda a intermediação financeira com operações em bolsa e fundos de investimento, por exemplo.
(Notícia atualizada às 12h34 com correção na comissão do Depósito à Ordem normal: a isenção de comissão da lugar a uma anuidade — e não mensalidade — de 12 euros)
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