O que é o Clubhouse, a nova app de que todos falam?

É a rede social do momento e só permite comunicar por voz. Saiba o que é o Clubhouse, como aceder e porque é que muita gente está a falar sobre esta nova plataforma.

É provável que já tenha ouvido falar do Clubhouse e não saiba exatamente o que é. Possivelmente, viu mensagens de amigos ou conhecidos a mencionarem este nome, ou deparou-se com alguém a pedir “convites” no Twitter ou no Facebook. Também é provável que vá ouvir falar mais sobre ela, pelo menos ao longo das próximas semanas: a cada dia, são cada vez mais os portugueses a criarem conta na rede social que mais cresce atualmente.

O Clubhouse é uma rede social que só permite comunicar por voz. Pense nela como uma fusão dos podcasts com as chamadas de grupo do WhatsApp e com a plataforma do Zoom, juntando-lhe a comunidade do LinkedIn, e em que as conversas estão geralmente abertas a quem quiser entrar, ouvir e até participar. Para já, a aplicação só está disponível na App Store, o que significa que precisa de ter um iPhone para a usar. Além disso, precisa de ter um convite para se poder registar.

A plataforma foi lançada em 2020, mas só agora “explodiu” em popularidade. A 24 de janeiro de 2021, o fundo Andreessen Horowitz, conhecido por apostar cedo em empresas de sucesso e por ter sido um dos primeiros investidores do Facebook, anunciou ter juntado uma empresa chamada Clubhouse, fundada por Paul Davison e Rohan Seth, ao seu portefólio.

“O Clubhouse não podia ter surgido numa melhor altura para as redes sociais. Reinventa essa categoria de todas as formas certas, desde a experiência de consumo de conteúdo à forma como as pessoas se relacionam umas com as outras”, explicou um responsável do fundo. E, apesar de ser recente, estima-se que a app já valha cerca de mil milhões de dólares.

Mas há outro fator que explica o crescimento recente da popularidade do Clubhouse. Poucos dias depois do anúncio do investimento, Elon Musk, o patrão da Tesla e o homem mais rico do mundo, entrou numa sala do Clubhouse e esteve à conversa com os utilizadores, incluindo com Marc Andreessen, um dos fundadores da Andreessen Horowitz.

Musk falou sobre colonizar Marte, sobre viagens espaciais, sobre inteligência artificial e até sobre as vacinas contra a Covid-19. A certa altura, juntou-se à conversa Vlad Tenev, um dos fundadores da aplicação Robinhood, que, nessa altura, estava no centro da polémica em torno das ações da GameStop, acabando por ser entrevistado em direto por Musk. A lotação de 5.000 pessoas das salas do Clubhouse esgotou-se e ainda houve quem ficasse a acompanhar a discussão num streaming que surgiu no YouTube.

Na imprensa especializada, especula-se não tenha passado de uma manobra de marketing para trazer o Clubhouse para o universo mainstream. Afinal, até então, a app era apenas conhecida em alguns círculos ligados a Silicon Valley. Ainda assim, manobra ou não, a verdade é que resultou.

São várias as figuras públicas que têm circulado pelas salas do Clubhouse numa base quase diária. Já neste arranque de fevereiro, foi a vez de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, ter surgido numa sala, colocando-se disponível para conversas. Mas há também figuras públicas de outras áreas, como a cantora Zara Larsson.

A comunidade portuguesa ainda é pequena, mas tem vindo a crescer. Uma das presenças assíduas na aplicação é a de Paddy Cosgrave, fundador da Web Summit. No domingo, uma sala criada por três jornalistas recebeu a participação espontânea do ex-comissário europeu Carlos Moedas; do fundador do Livre Rui Tavares; e do presidente executivo da Fundação José Neves, Carlos Oliveira.

Outra particularidade do Clubhouse é que as conversas são teoricamente efémeras. Quando uma sala é encerrada, não fica qualquer referência ou gravação que prove que aquela “reunião” existiu. Claro que pode haver sempre quem decida gravar, mas as gravações não autorizadas são proibidas ao abrigo das regras da comunidade.

Vista geral do Clubhouse.

O que tem de saber sobre o Clubhouse?

  • Para aceder, precisa de ter um iPhone e encontrar um amigo disponível para lhe enviar um convite. Cada pessoa começa com dois convites para enviar, mas a aplicação pode sugerir convidar algumas pessoas de forma “gratuita”. Em alguns casos, os utilizadores ganham mais do que os dois convites iniciais, mas não é claro como (agendar e promover conversas na aplicação pode ser um dos motivos).
  • As contas na rede social são semelhantes às do Twitter. Pode acumular seguidores e pode seguir outras pessoas. A vista geral da sua conta indicará o contador de uns e doutros. O seu nome de utilizador é público e pode ser usado para o/a encontrar (o formato é igual ao do Twitter: @exemplo). Tem ainda a possibilidade de mudar a sua imagem foto de perfil e ligar a aplicação às suas contas do Twitter e Instagram. Há também uma área para escrever uma curta informação biográfica.
  • Um ícone com a identificação da pessoa que o/a convidou para o Clubhouse vai surgir permanentemente na sua conta, pois essa é a pessoa que o/a “nomeou”. Também fica visível a data em que criou a sua conta.
  • O ecrã principal da aplicação mostra, no topo, uma lista com os principais eventos agendados por utilizadores para as próximas horas. No canto superior esquerdo há uma lupa que permite pesquisar pessoas e clubes (os clubes são como comunidades temáticas dentro do Clubhouse). No símbolo do calendário, pode consultar todos os agendamentos para os próximos dias. O ícone do sino mostra as notificações. O mais importante é mesmo a área principal, que mostra as salas ativas e nas quais pode entrar para ouvir e conversar.
  • Enquanto utilizador normal, pode começar uma sala no botão “Start a Room”, que pode ser pública, pública para pessoas que segue ou privada para pessoas que convidar. No canto inferior direito há um botão que lhe permite ver quem está online e começar conversas privadas com utilizadores que siga e que o/a sigam também. Há também clubes privados, que pode seguir e, a convite, pode integrar também. Contudo, para criar um clube, terá de submeter um pedido no site da aplicação e aguardar validação.
  • As salas que estão em direto têm, logo à cabeça, os ícones dos utilizadores a quem é dada a possibilidade de intervir. Abaixo há uma área com as pessoas que são seguidas pelos seguidores. Mais abaixo estão as restantes pessoas, que podem apenas ouvir. A qualquer instante, pode pedir ao moderador para intervir, carregando no botão para “levantar a mão”. O moderador, que está identificado pela estrela verde, pode ou não convidá-lo/a a intervir.
  • A cultura do Clubhouse já começa a ficar mais definida. Por exemplo, para aplaudir algo que um interveniente está a dizer, os utilizadores com permissão para falar ligam e desligam o microfone várias vezes, fazendo o ícone o microfone piscar. Isto permite, sem fazer barulho, mostrar aos demais utilizadores que se está a aplaudir o que alguém está a dizer.

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