Taxa de desemprego sobe para 6,8% em 2020, abaixo de todas as previsões
A taxa de desemprego ficou abaixo de todas as estimativas. O INE indica, ainda assim, que a população empregada caiu 2%, em ano de pandemia.
Nos últimos três meses de 2020, a taxa de desemprego fixou-se em 7,1%, menos 0,7 pontos percentuais (p.p) que no trimestre anterior, indicam os dados divulgados, esta quarta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A média dos quatro trimestres sinaliza que, para o conjunto do ano 2020, a taxa de desemprego ficou nos 6,8%, abaixo das estimativas do Executivo de António Costa, do Banco de Portugal e do Conselho das Finanças Públicas.
No quarto trimestre de 2020, a “taxa de desemprego foi estimada em 7,1%, valor inferior em 0,7 p.p. ao do trimestre anterior e superior em 0,4 p.p. ao do trimestre homólogo de 2019″, sublinha o INE, na nota divulgada esta quarta-feira. Tudo somado, no conjunto do ano em que a pandemia arrancou, a taxa de desemprego foi de 6,8%, um salto de apenas 0,3 p.p face 2019, muito inferior ao que era estimado.
O Governo projetava que, em 2020, a taxa de desemprego subiria para 8,7%, estimativa mais otimista que a do Conselho das Finanças Públicas (10%), mas mais pessimista que a do Banco de Portugal (7,2%). A taxa que foi efetivamente registada (os tais 6,8%) ficou abaixo de todas essas projeções.
Ainda assim, na taxa de subutilização do trabalho, verificou-se um salto de 1,2 pontos percentuais para 13,9%. De notar que, sobretudo nos primeiros meses da crise pandémica, os inativos ajudaram a “esconder” o desemprego, estando em causa nomeadamente pessoas sem trabalho mas que ou não estão disponíveis trabalhar ou não procuram um novo posto de trabalho (indisponibilidade que, em muitos casos, foi motivada pelas restrições à mobilidade impostas em resposta à Covid-19).
É importante salientar que, apesar de o desemprego ter aumentado apenas três décimas face a 2019, a população desempregada diminuiu 2% para 4.814,1 mil pessoas, ou seja, foram destruídos 99 mil postos de trabalho em 2020 face ao ano anterior. Para essa evolução contribuíram principal o decréscimo no universo dos empregados no setor dos serviços, sobretudo no conjunto das atividades de comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos, de transportes e armazenagem e de alojamento, restauração e similares, precisamente as atividades mais afetadas pelas restrições impostas em resposta à crise sanitária.
Também a população ativa encolheu, passando para 5.165,1 mil pessoas, menos 1,7% que no ano anterior. O INE detalha, além disso, que a população desempregada aumentou 3,4% para 350,9 mil pessoas e que a taxa de desemprego entre os jovens disparou 4,3 p.p. face ao ano anterior para 22,6%. Por outro lado, a proporção de desempregados de longa duração foi estimada em 39,5%, menos 10,3 p.p. do que em 2019, “o que correspondeu ao decréscimo mais elevado da série de dados”.
(Notícia atualizada às 11h34)
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