Taxa de desemprego fecha o ano a recuar para 6,5%

A taxa de desemprego recuou para 6,5%, em dezembro. Também a taxa de subutilização do trabalho encolheu, no último mês de 2020, apesar da população inativa ter aumentado.

No último mês de 2020, a taxa de desemprego fixou-se em 6,5%, estando em causa um recuo tanto face ao mês anterior, como em comparação com o mesmo período de 2019. Os dados divulgados, esta sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam, contudo, que também população empregada encolheu, ao mesmo tempo que a população ativa caiu 0,9% face a novembro.

Em dezembro, o desemprego situou-se 0,6 pontos percentuais (p.p) abaixo da taxa registada em novembro e 0,2 p.p. da registada no mesmo mês de 2019. De acordo com o INE, este foi o quarto mês consecutivo em que este indicador encolheu, na variação em cadeia, estando agora muito próximo dos valores mensais registados antes da pandemia.

É preciso recuar a maio para encontrar uma taxa mais baixa que a de dezembro

Fonte: INE

Na quarta-feira, Mário Centeno — ex-ministro das Finanças e atual governador do Banco de Portugal — sinalizou que o desempenho da economia portuguesa no quarto trimestre de 2020 foi melhor do que o esperado, apesar do endurecimento das medidas de luta contra a Covid-19. Os números do desemprego agora conhecidos ficam em linha com essa estimativa.

De notar que, para o conjunto do ano, o Executivo de António Costa espera que a taxa de desemprego se situe nos 8,7%, mais otimista que a previsão de 10% do Conselho das Finanças Públicas, mas mais pessimista que a projeção de 7,2% do Banco de Portugal. Estas estimativas não comparam diretamente com os números conhecidos esta sexta-feira, já que se tratam de valores mensais. O INE ainda irá divulgar o valor anual.

Apesar da referida evolução do desemprego, dezembro foi sinónimo de uma recuo da população empregada. A estimativa provisória do INE indica que 4.793,4 mil pessoas estavam empregadas, nessa altura, menos 0,2% do que em novembro e menos 1,1% do que no mesmo mês de 2019. No último mês de 2020, a taxa de emprego fixou-se em 61,5%, valor inferior face ao mês anterior e ao mês homólogo.

Também a população ativa encolheu. O INE indica que, em dezembro, havia 5.124,5 mil pessoas consideradas mão-de-obra disponível para a produção de bens e serviços, menos 0,9% do que em novembro e menos 1,3% do que em dezembro de 2019. Tanto em termos absolutos como relativos, a população ativa emagreceu mais do que a população empregada, o que ajuda a explicar como é que num mês em que houve menos empregados também foi possível a taxa de desemprego recuar.

Quanto à subutilização do trabalho, a taxa situou-se, em dezembro, em 13,4%, menos 0,6 p.p. do que em novembro, mas mais 0,8 p.p. que no mês homólogo de 2019. O INE sublinha que esse decréscimo em cadeia “resultou principalmente da diminuição da população desempregada“. Isto já que a população inativa aumentou 1,9% face a novembro e 3,7% face a dezembro de 2019, para 2.665,9 mil pessoas.

De notar que a subutilização do trabalho inclui a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego mas não disponíveis para trabalhar e os inativos disponíveis mas que não procuram emprego. Nos primeiros meses da pandemia, a subida considerável dos inativos (resultante das restrições à mobilidade e, consequentemente, à procura de emprego) ajudou a evitar um salto do desemprego.

Desde o início da pandemia, o Governo tem posto no terreno apoios para “salvar” postos de trabalho e mitigar a escalada do desemprego, como o lay-off simplificado. Com o regresso ao confinamento, esses apoios têm sido reativados e reforçados, mas os empregadores continuam a apontar-lhes falhas.

(Notícia atualizada às 11h59)

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