Independentistas reforçados na Catalunha apesar de Partido Socialista ser o mais votado
PSC é o partido mais votado com 22,9% e 33 deputados eleitos para o parlamento regional, mas os partidos separatistas conseguem mais do que a metade dos 135 lugares na assembleia.
O conjunto dos partidos independentistas da Catalunha reforçaram nas eleições a maioria que já tinham nesta região espanhola, apesar de o Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC-PSOE) ter sido o mais votado.
Numa altura em que 98% dos votos já foram escrutinados, o PSC é o partido mais votado com 22,9% e 33 deputados eleitos para o parlamento regional.
No entanto, o conjunto dos partidos separatistas que apoiam a atual solução governativa na região conseguem mais do que a metade dos 135 lugares na assembleia.
O segundo partido mais votado é a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, independentista) que tem 21,3% dos votos e 33 deputados, ficando desta vez à frente do Juntos pela Catalunha (JxC, independentista), do antigo presidente Carles Puigdemont, fugido atualmente na Bélgica, que obteve 20,1% e 32 lugares.
A extrema-direita espanhola do Vox aparece em quarto lugar com 7,7% e 11 deputados, seguida dos independentistas da Candidatura de Unidade Popular (CUP, extrema-esquerda) com 6,7% e nove deputados e o partido de extrema-esquerda En Comú Podem (associado ao Podemos) com 6,9% e oito deputados.
O grande perdedor das eleições é o Cidadãos (direita-liberal), que nas eleições de 2017 concentrou o voto útil dos constitucionalistas (pela união de Espanha) que agora fugiu para o PSC, e desceu de 25,3% para de 5,5% e de 36 para apenas seis deputados.
Por último, o Partido Popular (PP, direita) obteve 3,8% e três lugares no novo parlamento regional.
A taxa de participação nestas eleições baixou mais de 25 pontos percentuais tendo sido agora cerca de 53% dos votos, influenciada pela pandemia de Covid-19 que levou muitas pessoas a ficar em casa.
Os partidos separatistas parecem bem colocados para se manter na presidência do executivo regional, mas a sua grande divisão desde que falharam a tentativa de independência em 2017 vai obrigar a negociações difíceis com um final imprevisível.
A ERC conseguiu ultrapassar o JxC à frente do movimento separatista e deverá avançar com o nome do próximo presidente desta comunidade autónoma espanhola.
Esta alteração eleitoral também pode significar uma diminuição das habituais posições radicais do movimento separatista.
A ERC está aberta ao diálogo com o Governo liderado por Pedro Sánchez, sendo mesmo um seu aliado fundamental para este se manter no poder em Madrid, enquanto o JxC continua a defender o confronto com o Estado central e repetiu que pretendia proclamar unilateralmente a independência, se ganhasse as eleições.
A grande aposta do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, nas eleições regionais que recaiu no ex-ministro da Saúde, Salvador Illa, parece ter sido bem-sucedida visto ter conseguido substituir o Cidadãos como partido mais votado e agregador do voto constitucionalista moderado.
O PSC deverá tentar a missão quase impossível de convencer a ERC a abandonar um novo pacto entre partidos independentistas e entrar noutra de aproximação entre forças da mesma família política.
A reta final da campanha eleitoral na Catalunha foi marcada pela assinatura de um documento entre os partidos independentistas com assento parlamentar – JxC, ERC, CUP, e PDeCAT (Partido Democrático Europeu da Catalunha, direita) – para que não houvesse pactos pós-eleitorais com o PSC.
A Catalunha está situada no nordeste de Espanha e é uma das 17 comunidades autónomas do país, com um Governo e um parlamento regional, assim como uma polícia própria (Mossos d’Esquadra).
A região tem cerca de 7,8 milhões de habitantes e é considerada a mais rica de Espanha, produzindo um quinto da riqueza do país e com um PIB anual superior ao de Portugal ou da Grécia.
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