Aegon afunda lucro 96,5% para 55 milhões. Portugal e Espanha entre “growth markets”
A Aegon tem desinvestido em outras regiões. Espanha e Portugal, onde os holandeses têm o Santander como parceiro, é um dos 3 mercados de crescimento estratégico, a par da China e do Brasil.
A Aegon NV, grupo de holandês de bancassurance e parceiro do Santander no mercado ibérico de seguros, terminou o exercício de 2020 com quebra de 96,5% no resultado líquido, depois de um incremento de 105% no ano anterior.
A companhia holandesa encerrou o segundo semestre de 2020 com resultado negativo de 147 milhões (contra 908 milhões positivos em igual período de 2019), após lucros de 202 milhões de euros na primeira metade de 2020, período em que o resultado caiu perto de 70%, em termos homólogos, e a refletir o efeito da mortalidade por conta da pandemia nos EUA. Em resultado da sequência semestral, o lucro anual da companhia afundou de 1.528 milhões no final de 2019, quando mais do que duplicou o ganho de 2018, para 55 milhões no final de 2020.
O prejuízo do segundo semestre de 2020 é explicado sobretudo pelo efeito financeiro de fair value, traduzindo aumento de responsabilidades (por atualização do justo valor do passivo) nos Países Baixos, segundo a companhia, a refletir certo aperto nos spreads no mercado de crédito. No entanto, o resultado subjacente (atividade corrente) cresceu 7%, totalizando 1.029 milhões de euros (antes de impostos). A pandemia de covid-19 “teve impacto controlável”, uma vez que, nos EUA, conduziu tanto a uma mortalidade adversa (no 1º semestre) como a uma morbidade favorável (na segunda metade do ano).
Citado no comunicado da instituição, Lard Friese, CEO da Aegon desde maio de 2020, comentou os números: “O segundo semestre de 2020 continuou a ser um desafio para os nossos clientes, colegas e comunidades em que operamos. Estou orgulhoso do empenho contínuo dos nossos funcionários em prestar apoio e serviço ininterrupto aos nossos clientes e parceiros comerciais no meio da pandemia”. Referindo-se ao desempenho semestral à luz dos objetivos da companhia, acrescentou: “Aperfeiçoámos o nosso enfoque estratégico com os desinvestimentos anunciados das nossas operações na Europa Central e Oriental, reestruturámos as nossas empresas na Índia, Hong Kong e Singapura.”
Em resultado destas operações e da redução de atividade (por causa da pandemia), a Aegon diminuiu despesas em 136 milhões de euros em 2020 “e continuamos no bom caminho para conseguir uma poupança de 400 milhões de euros até ao final de 2021”, valor que corresponde a metade do objetivo fixado para o período até 2023, salientou Friese numa comunicação também gravada em vídeo.
Em sentido contrário às decisões de desinvestimento, a região ibérica (Espanha+Portugal), através da parceria com o grupo Santander, é apontada como um dos 3 mercados a desenvolver (“Growth Markets”), em particular na gestão de ativos, além do Brasil e a China, escolhas do grupo para a estratégia de crescimento, refere o comunicado da Aegon NV.
Presente em Portugal através dos 51% que detém na joint-venture Aegon Santander, sendo que os restantes 49% são pertença do Santander Totta Seguros, a gigante holandesa (Aegon NV) conta cerca de 30 milhões de clientes em todo mundo. Desta carteira, a região Américas (EUA), representava 16,1 milhões, à frente da Europa (12,5 milhões), segundo dados de 2019. No mesmo período, dos 1,97 mil milhões de euros de resultados obtidos pelo grupo holandês, 1,12 mil milhões foram gerados na unidade Américas, contra 875 milhões de euros na Europa.
Os dados relativos ao segundo semestre de 2020 indicam que dos 1.029 milhões de resultado subjacente (antes de impostos), 556 milhões tiveram origem nas Américas e 344 milhões de euros na Holanda, os dois mercados com mais peso no grupo.
Ao nível dos requisitos de capital (SCR), o rácio solvabilidade (Solvência II) passou de 195% no primeiro semestre, para 196% no final de dezembro de 2020.
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