Nova líder da OMC avisa que “nacionalismo da vacina” pode atrasar a recuperação pandémica
A economia mundial pode perder 7,4 biliões de euros de produção potencial se os países pobres não conseguirem vacinar rapidamente as suas populações. Quem suporta os custos são os países ricos.
A nova chefe da Organização Mundial do Comércio (OMC) avisa que o “nacionalismo da vacina” pode atrasar o progresso no fim da pandemia de Covid-19 e pode atrasar o crescimento económico de todos os países — ricos e pobres.
Ngozi Okonjo-Iweala revelou que a economia mundial pode perder 9 biliões de dólares (7,4 biliões de euros) de produção potencial se os países pobres não conseguirem vacinar rapidamente as suas populações e metade deste impacto terá de ser suportado pelos países ricos. “Ser nacionalista neste momento é muito dispendioso para a comunidade internacional”, afirmou.
Assim, a sua principal prioridade é assegurar que a OMC faz mais para enfrentar a pandemia. Na sua perspetiva, os membros deviam acelerar os esforços para levantar as restrições à exportação, abrandando o comércio de medicamentos e fornecimentos necessários. “A OMC pode contribuir muito mais para ajudar a travar a pandemia”, disse Okonjo-Iweala numa entrevista na sua casa, num subúrbio de Washington.
“Ninguém está a salvo até que todos estejam a salvo. O nacionalismo vacinal neste momento simplesmente não pagará, porque as variantes estão a chegar. Se outros países não forem imunizados, será apenas um golpe de volta“, disse.
A ex-ministra das Finanças da Nigéria e executiva sénior do Banco Mundial foi nomeada na segunda-feira num processo de consenso e inicia o seu trabalho na OMC a 1 de março.
A nova líder referiu ainda estar animada com a contribuição da administração Biden para o esforço da Organização Mundial de Saúde para assegurar uma distribuição mais ampla de vacinas. “Penso que os nossos interesses e prioridades estão alinhados. Eles querem trazer a OMC de volta ao (seu) objetivo”, disse.
Partilha ainda das preocupações de Biden sobre a necessidade de reformar o Órgão de Recurso da OMC, mas explicou que não seria um processo rápido ou fácil. O órgão de resolução de litígios tem estado paralisado desde o ano passado, após a administração do antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, se ter recusado a aprovar a nomeação de mais juízes.
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