82% das imobiliárias tiveram quebras de negócio em janeiro
Um inquérito da APEMIP mostra que mais de 60% das empresas imobiliárias em Portugal não fecharam qualquer negócio através de visitas virtuais a imóveis.
O imobiliário tem vindo a alertar para o impacto que este novo confinamento trouxe ao setor e as consequências já começam a ser conhecidas. Um inquérito da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) mostra que quase todas as empresas imobiliárias observaram uma queda no número de transações e que mais de 60% não fecharam qualquer negócio através de visitas virtuais a imóveis.
O inquérito da APEMIP revela que 62,5% das empresas imobiliárias apontaram em janeiro uma manutenção dos preços da oferta face a dezembro do ano passado, enquanto 31,4% indicam uma descida e apenas 6,1% um aumento. Já em comparação com janeiro de 2020, 44,9% dos inquiridos afirmam que os preços se mantiveram, enquanto 37,5% apontam para uma descida e 17,6% para um aumento.
“É natural que os preços comecem a refletir os efeitos da quebra da procura e que se verifiquem algumas correções dos valores praticados”, diz o presidente da APEMIP, referindo que esta tendência será particularmente notória no segmento habitacional de luxo, que se ressente pela quebra da procura estrangeira, uma vez que o mercado interno não tem tanta capacidade para absorver este tipo de ativos.
Esta perceção acontece numa altura em que o setor está a ser fortemente impactado pelo confinamento. Comparando os imóveis vendidos em janeiro com dezembro do ano passado, o inquérito da APEMIP mostra que 77,4% das imobiliárias tiveram uma quebra nas transações, sendo que 18% mantiveram os níveis de negócio e apena 4,6% viram as transações aumentarem apesar do confinamento.
Contudo, comparando com janeiro de 2020, refere a APEMIP, os números mostram um impacto ainda maior: 82,4% das imobiliárias tiveram quebras no negócio, enquanto 13% assistiram a uma manutenção do mesmo e apenas 4,6% observaram um aumento. Estes números são sustentados por 84,8% das empresas que assina um decréscimo na procura.
Para o presidente da APEMIP, estes números são “desanimadores” e “retratam as consequências do confinamento”, que “impediu as empresas de mediação imobiliária de desenvolver a sua atividade normalmente por não poderem realizar visitas presenciais”. O inquérito da associação mostra ainda que 61% dos profissionais nunca fecharam qualquer negócio através de visitas virtuais, com 15,3% a afirmarem não terem meios para o fazer. “Este recurso serve só nichos muito específicos do mercado”, afirma Luís Lima, citado em comunicado.
“Se no ano passado as empresas demonstravam algum otimismo apesar das circunstâncias, em 2021 a fadiga e as dificuldades que enfrentam é espelhada nos resultados deste barómetro: por um lado, a quebra da procura começa a ser notória, por outro, as empresas continuam impedidas de fazer visitas e de desenvolver a sua atividade, o que se reflete no seu grau de otimismo para o desempenho do presente ano”, sublinha o responsável.
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