EDP é a estrela portuguesa na carteira do fundo da Noruega
Elétrica portuguesa é a maior aposta do fundo norueguês na bolsa nacional. E foi certeira: permitiu ao Norges Bank ganhar mais de 263 milhões com os títulos da EDP.
O Norges Bank, o fundo soberano da Noruega, fechou 2020 com uma aposta de 1,44 mil milhões de euros em ativos nacionais, especialmente no mercado acionista. É um aumento face ao ano anterior, explicado em grande parte pela valorização da participação que o maior fundo soberano do mundo tem na EDP.
De 1,39 mil milhões de dólares no final de 2019, o Norges Bank chegou ao final do ano passado com uma carteira de ativos nacionais avaliada em 1,73 mil milhões de dólares (1,44 mil milhões de euros). Um saldo que se divide de forma bem distinta entre ações e dívida, com o fundo a não ter qualquer posição no imobiliário nacional.
Do total investido em Portugal, 1,06 mil milhões de euros está em ações, estando os remanescentes 375 milhões em títulos de dívida, tanto soberana como de outras entidades públicas e também bancos. O valor de ambas as carteiras aumentou, sendo que a puxar pela de ações merece destaque a aposta do fundo na EDP.
O Norges Bank fechou 2020 com 3,1% do capital da elétrica liderada por Miguel Stilwell, uma posição ligeiramente superior à registada no ano anterior (tinha 2,91% do capital). Esta posição, de longe a mais valiosa do fundo em Portugal, foi também aquela que permitiu boa parte do resultado positivo no mercado acionista português. O valor da posição aumentou em 263 milhões, para 648 milhões de euros.
Posições do Norges Bank nas cotadas nacionais
A EDP Renováveis também ajudou ao resultado positivo, num ano de recordes para a cotada, mas a fraca exposição acabou por não permitir ganhar mais do que 61 milhões de euros. De resto, de um lote de 17 cotadas, só a Corticeira Amorim, Ibersol e Pharol apresentaram saldo positivo num ano em que a bolsa perdeu valor. O PSI-20 caiu 6,06%.
A elétrica portuguesa acabou por mais do que compensar as perdas registadas principalmente com a Nos, a Semapa e a Navigator, que geraram uma menos-valia potencial de conjunta de quase 75 milhões de euros.
Dívida pública nacional ajuda fundo norueguês
A ajudar ao bom desempenho do fundo norueguês no mercado nacional esteve também a dívida, especialmente as Obrigações do Tesouro de Portugal, que em 2020 registaram uma forte valorização (que atirou a yield a 10 anos para “terreno” negativo). Só com a aposta nos títulos emitidos pela agência liderada por Cristina Casalinho ganhou mais de 100 milhões.
De acordo com os dados do fundo soberano, no final de 2020 o valor da dívida pública portuguesa na carteira ascendia a 288,5 milhões de euros, um salto de 123 milhões face ao ano anterior. Não foi, contudo, a única dívida a apresentar um desempenho positivo. Também o valor da posição na dívida da Parpública cresceu, enquanto o dos títulos dos Governo Regional dos Açores apresentaram um saldo negativo.
De destacar também os cinco milhões de euros extra na carteira de dívida do fundo em Portugal fruto dos investimentos nos títulos emitidos pela Caixa Geral de Depósitos e pelo Montepio. A exposição ao banco estatal está em 46 milhões contra os 15,6 milhões de euros aplicados em dívida da Caixa Económica Montepio Geral.
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