EDP vai ter 50% da dívida verde em 2025. Negócio será 100% verde em 2030
Elétrica vai reforçar a aposta em financiamento verde, não só através de dívida, mas também de outros instrumentos indexados à sustentabilidade.
Verde é a nova cor da EDP e do dinheiro que vai buscar aos mercados. A empresa prevê ter cerca de metade da dívida verde dentro de quatro anos e o negócio quer ser totalmente limpo cinco anos depois, segundo o plano estratégico 2021-2025 apresentado esta quinta-feira pelo novo CEO Miguel Stilwell d’Andrade.
“A estrutura de capital da EDP irá crescentemente refletir o compromisso com a sustentabilidade”, refere o plano, antecipando que, em 2025, 50% do financiamento veja verde. A meta representa um crescimento de 22 pontos base face aos atuais 28%. O objetivo é não só “continuar o investimento em renováveis e em atividades sustentáveis”, mas também “impulsionar a crescente base de investidores e o seu forte apetite” e “capturar o custo competitivo do financiamento verde / sustentável”.
Desde 2018, a EDP emitiu 5,1 mil milhões de euros em obrigações verdes, “em linha com a estratégia de sustentabilidade da EDP”, diz. Em quase todos os casos, o custo destas emissões ficou abaixo da média de 3,3% da totalidade da dívida do grupo. A elétrica liderada por Miguel Stilwell d’Andrade está por isso a estudar uma “atualização do Green Bond Framework à luz da Taxonomia da UE e potencialmente alargar o âmbito dos ativos e investimentos elegíveis”.
Neste framework a EDP tinha uma margem de 8,2 mil milhões de euros, pelo que já só tem 3,1 mil milhões por emitir. Além de rever o valor deste enquadramento financeiro e os projetos elegíveis, a empresa está também a olhar para a emissão de novos ativos. “O financiamento sustentável será levado a cabo não só através de obrigações verdes, mas também de outros instrumentos indexados à sustentabilidade“, explica.
A EDP poderá recorrer a estas emissões para financiar o “ambicioso” plano de investimentos, como lhe chamou Stilwell. A elétrica prevê investir 24 mil milhões em transição energética até 2025, dos quais 80% em renováveis. No total, a elétrica espera instalar mais 20 GW nos próximos quatro anos e duplicar a capacidade solar e eólica.
“Este novo plano vai abrir caminho para que a empresa se torne neutra em emissões de carbono até 2030”, sublinha. Com 50 GW em energia limpa até no final da década, a produção renovável passará dos atuais 74% para 100% em 2030. A meta representa uma aceleração face ao anterior plano estratégico, no qual a empresa apontava para 90% de produção renovável nesse ano.
Além da dívida verde, a EDP tem também outras formas previstas para financiar a expansão. Stilwell anunciou que está a ser preparada uma operação de aumento de capital entre 1,5 e 2 mil milhões de euros da eólica e explicou ainda que a empresa irá vender ativos (principalmente no Brasil) na ordem dos mil milhões de euros. A rotação de ativos dará mais oito mil milhões.
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