Politécnicos pedem mais medidas para o ensino superior incluídas no PRR

A aposta na qualificação inicial e na capacitação da população ativa, o reforço do montante financeiro disponível para a ação social e a digitalização do ensino superior, são algumas das propostas.

Os representantes dos Politécnicos querem mais medidas afetas ao ensino superior incluídas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A aposta na qualificação inicial e na capacitação da população ativa, o reforço do montante financeiro disponível para a ação social e a digitalização do ensino superior, são algumas das propostas do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) indicadas em comunicado, divulgado esta sexta-feira.

As propostas apresentadas pelo CCISP têm como objetivo que o PRR evolua “para um documento ainda mais ajustado e que, acima de tudo, seja orientador para a execução efetiva de medidas, capazes de provocar um choque competitivo no nosso país, gerador de mais inovação, maior coesão territorial, mas também de mais inclusão social, criando real valor para os cidadãos”, afirma Pedro Dominguinhos, presidente do conselho.

Posto isto, para o CCISP, um dos pilares é o investimento na qualificação da população, que “deverá ser continuado, sobretudo nos Cursos Técnicos Superiores Profissionais” pois uma grande percentagem dos alunos continua os estudos em licenciatura, o que “reforça o capital humano da economia a médio prazo”. O objetivo é melhorar as condições laboratoriais, tecnológicas e físicas oferecidas e contribuir para a contratação de recursos humanos mais qualificados para as instituições de ensino superior.

O CCISP vai ainda mais longe, dando especial ênfase às instituições no interior do país. Porquê investir? Segundo os responsáveis, os estudantes destes territórios, muitos vindos de fora, “tem permitido o rejuvenescimento da população residente, a densificação da capacidade científica territorial, bem como dos sistemas regionais de inovação”, atraindo empresas e, consequentemente, criando empregos.

Além da formação inicial, requerem medidas para a formação ao longo da vida. Referindo um estudo da Comissão Europeia, o CCISP nota que “a formação de trabalhadores no ativo produz efeitos no aumento dos salários dos próprios, mas também, na produtividade das empresas”. Assim, pedem o apoio a mestrados profissionais, pós-graduações e outro tipo de formações mais curtas.

Adicionalmente, solicitam a requalificação da Administração Pública através de programas de formação em áreas digitais, de contabilidade, entre outras.

Para além das medidas referidas anteriormente, o CCISP insta ainda o Governo a reforçar o “montante financeiro disponível para a ação social e o aumento do número de camas para alojamento no ensino superior para que os estudantes tenham todas as condições para estudarem. Neste sentido, e tendo em conta as necessidades evidenciadas pela pandemia de Covid-19, deve também “ser contemplado um programa específico para o ensino superior, que permita responder aos desafios atuais e do futuro”.

Os representantes dos Politécnicos pedem também, a propósito da aposta na digitalização que está a ser debatida, que haja maior investimento das “estratégias de reskilling e upskilling. “Estas iniciativas devem ser enquadradas e articuladas com as prioridades da digitalização e da coesão territorial, reforçando o reskilling da população empregada na transição para funções e profissões mais digitais”, nota o comunicado.

No que se refere ao programa de respostas sociais que está incluído no PRR (alocando mais de 500 milhões de euros em equipamentos e outras medidas), o CCISP entende que se deve capacitar as instituições da economia social, como IPSS, Misericórdias e cooperativas. Deste modo, sugere “a criação de um programa de capacitação para estas instituições, acompanhado de um plano de formação para os seus funcionários”.

Por fim, relativamente ao programa das agendas mobilizadoras que se encontra no PRR, deve haver a possibilidade de serem “lideradas por Instituições de Ensino Superior, tendo sempre presente a necessidade das incluir empresas nestas parcerias”.

O PRR está em consulta pública até 1 de março e os cidadãos, as empresas e outras entidades da sociedade civil são convidados a contribuir com propostas para a versão final do documento.

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