DBRS mantém rating da dívida portuguesa
Agência de notação financeira canadiana manteve o rating da República portuguesa no nível “BBB (high)”, com a perspetiva "estável".
Quase meio ano depois, a DBRS manteve o rating de Portugal de “BBB (high)”, com uma perspetiva “estável”. Esta é primeira avaliação do ano de uma agência de rating à dívida portuguesa.
Em comunicado, a DBRS aponta que a contração da economia portuguesa em 2020 foi “severa”, contudo, adianta que a economia deverá recuperar ao longo do ano, à medida que o plano de vacinação for avançando. “O impacto da notação de Portugal depende da duração do choque, que pode alterar as perspetivas de crescimento de médio-longo prazo e fragilizar as finanças públicas“, sublinha a agência de notação, acrescentando que a “robustez da retoma” é ainda “incerta”.
Não obstante, a agência de notação financeira explica que manteve a tendência “estável” por causa da melhoria dos vários indicadores económicos nos últimos anos antes da crise, que ajudaram a contrabalançar o “choque abrupto” provocado pela crise da Covid-19. “Um maior investimento e diversificação das exportações em bens e serviços de maior qualidade apontam para fortes perspetivas de crescimento a médio prazo. Anos de superávits orçamentais primários e uma queda do rácio da dívida pública deram ao governo margem para disponibilizar estímulos orçamentais temporários para amortecer o impacto do choque na economia”, salientam os salientam os analistas da agência de rating.
Por outro lado, a DBRS relembra “o compromisso de todos os partidos políticos de voltar a equilibrar as contas orçamentais assim que as condições melhorarem”, bem como o facto de os bancos estarem mais sólidos.
A DBRS assinala também que “o choque da Covid-19 reverteu o progresso feito na redução da dívida pública dos últimos anos”. Nesse sentido, a agência de notação financeira alerta para o “elevado” rácio da dívida pública portuguesa, que “deixa as finanças públicas vulneráveis ao crescimento negativo e a choques das taxas de juros”.
A agência canadiana sinaliza ainda que as moratórias e os empréstimos podem “mascarar o stress” do sistema financeiro. Outro grande risco apontado pelos analistas é a forte dependência da economia portuguesa do turismo externo. “Os alojamentos provenientes do turismo caíram 60% no ano passado e não é claro quando o setor irá recuperar totalmente”, apontam.
(Notícia atualizada às 21h59)
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