Andámos a “laborar no erro” no projeto do aeroporto do Montijo, diz CEO da Mota-Engil
O CEO da Mota-Engil sublinha que já era conhecido que nem todas as autarquias afetadas pelo aeroporto do Montijo aprovavam o projeto.
A ANAC travou a construção do aeroporto do Montijo, uma decisão que não surpreende Gonçalo Moura Martins. O CEO da Mota-Engil diz que se andou a “laborar no erro” já que era conhecido o pressuposto básico para o projeto avançar: a aprovação das autarquias, o que já se sabia de antemão que não estava assegurada. Pede mais previsibilidade para o setor.
O gestor deu o episódio do aeroporto do Montijo como um mau exemplo da previsibilidade que é “importante” para o setor da construção, na conferência Fundos Europeus: Uma oportunidade única para Portugal, promovida pelo ECO e pela Accenture. O que aconteceu esta terça-feira, quando a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) disse não vai fazer apreciação prévia de viabilidade do projeto, “é um mau início”, defendeu.
Já no ano passado era conhecida a oposição de alguns municípios à obra. Agora, a ANAC anunciou que decidiu não fazer a apreciação solicitada pela ANA por não existir parecer favorável de todos os concelhos afetados. “Toda a gente sabia que havia pressuposto básico para a viabilidade do aeroporto, que era a aprovação das câmaras envolvidas, coisa que não exista”, sublinhou o CEO da construtora portuguesa.
Desta forma, “andámos todos a laborar no erro que já se conhecia”, da falta de entendimento entre as autarquias, reiterou Moura Martins. “Agora já não sei onde estamos”, completou o CEO da Mota-Engil. “Ia-se começar aeroporto há dois anos e ainda não começou, e ninguém neste momento ninguém sabe quando é que vai começar”, sublinhou. Este é assim “um exemplo de como às vezes a imprevisibilidade é tão perniciosa para o setor e para a capacidade de fazer acontecer”, disse.
Foi a 8 de janeiro de 2019 que a ANA e o Estado assinaram o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para aumentar o atual aeroporto de Lisboa e transformar a base aérea do Montijo num novo aeroporto.
Perante o indeferimento da apreciação da ANA, o Governo decidiu avançar com um processo de Avaliação Ambiental Estratégica que mantém Montijo como opção, mas volta a colocar em cima da mesa o aeroporto em Alcochete. Ao mesmo tempo, o Executivo está a planear dar resposta aos entraves que foram colocados pelas autarquias à solução Humberto Delgado mais Montijo ao tirar-lhes o poder de veto.
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