Onde são produzidas as vacinas contra a Covid-19 na Europa?

França, Suíça, Alemanha, mais recentemente Itália, têm vindo a aumentar a capacidade de produção, com as farmacêuticas a colaborarem entre si para combater a escassez de vacinas na Europa.

Esta terça-feira, Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, expôs, num texto redigido pelo próprio, que a Europa está prestes a tornar-se, ainda antes do final de 2021, “o principal continente produtor de vacinas. França, Suíça, Alemanha, mais recentemente Itália, têm vindo a aumentar a capacidade de produção, com as farmacêuticas a cooperarem entre si, para combater a escassez de vacinas e a pandemia da Covid-19.

Se as vacinas são dadas aos cidadãos europeus, também têm de ser fabricadas na Europa. Não é intransigível, mas foi esta uma das razões dadas pela Comissão Europeia (CE) ao recusar constantemente a vacina russa. “Uma vez que não estão a produzir [esta vacina] na Europa, obviamente seria necessário um processo de inspeções nos locais de produção”, disse Ursula Von der Leyen, presidente da CE.

Certo é que a vacina americana Moderna está a ser produzida por parceiros na Europa. O mesmo acontece com a AstraZeneca/Universidade de Oxford. A vacina anglo-sueca está a ser produzida em duas fábricas na União Europeia e em três no Reino Unido. Aos europeus chegam vacinas apenas das duas primeiras – o que gerou polémica, quando a AstraZeneca anunciou que não iria cumprir com as doses acordadas nos prazos esperados.

Para combater a escassez de vacinas várias farmacêuticas fizeram parcerias com outras. É o caso da Sanofi que irá produzir vacinas da Pfizer/BioNTech e da Novartis, que irá fabricar as vacinas da Pfizer/BioNTech e da CureVac. Mas não foram as únicas. De França a Itália, são vários os locais de produção espalhados pela Europa.

França

Em França são três os locais de produção de vacinas. O primeiro – e único já ativo – é em Monts, onde a fábrica da farmacêutica sueca Recipharm se aliou à Moderna para produzir a sua vacina na Europa.

No segundo trimestre do ano a farmacêutica francesa Delpharm irá começar a produzir as vacinas da Pfizer/BioNTech em Saint-Rémy-sur-Avre.

Mais tarde, em maio, a também francesa Fareva deverá iniciar a produção da vacina da CureVac. As fábricas situam-se em Pau e Val-de-Reuil.

Bélgica

Na vizinha Bélgica, encontra-se a Pfizer Manufacturing, em Puurs-Sint-Amands, a fábrica que produz em larga escala as vacinas desenvolvidas pela americana Pfizer e alemã BioNTech. Esta fábrica já deu que falar, quando em janeiro foi anunciado um atraso na entrega destas vacinas por falhas na produção. O ritmo foi retomado uns dias depois.

Também na Bélgica é onde se encontra uma das fábricas subcontratadas pela AstraZeneca, a Thermo Fisher Scientific, em Seneffe. O Wall Street Journal apontou a fábrica de Seneffe como a causa da redução do número de vacinas da AstraZeneca. Os responsáveis dizem que a produção já foi reposta.

Países Baixos

A outra unidade da AstraZeneca situa-se nos Países Baixos, mais precisamente em Leiden. A empresa sueca assinou um acordo com a Halix para a produção da sua vacina, criada em parceria com a Universidade de Oxford.

Alemanha

Na Alemanha há duas localizações a produzir a vacina da Pfizer/BioNTech. Primeiro, a própria BioNTech, começou, finalmente, a produzir as suas próprias vacinas na sua nova fábrica em Marburg. Depois, a partir de abril, a farmacêutica francesa Sanofi irá enfrascar e acondicionar, na sua unidade em Frankfurt, mais de 125 milhões de doses das rivais. A empresa francesa aguarda ainda resultados dos testes da sua própria vacina.

Suíça

Na Suíça há duas unidades a fabricar vacinas contra o novo coronavírus, das duas vacinas mRNA aprovadas na UE, Pfizer/BioNTech e Moderna.

A Moderna e a empresa Lonza fizeram um acordo de 10 anos para ajudar na produção da vacina necessária agora, mas também de possíveis produtos da farmacêutica americana no futuro. A fábrica situa-se em Visp.

Já a vacina da Pfizer/BioNTech terá a ajuda da concorrente Novartis a partir do segundo trimestre do ano. O acordo, firmado com o grupo alemão BioNTech, prevê que a Novartis disponibilize os seus meios e instalações (em Stein) para enfrascar a vacina.

Áustria

Depois de ter anunciado o acordo com a BioNTech, a Novartis decidiu também ajudar a alemã CureVac. O acordo, assinado com o grupo alemão, prevê iniciar a produção desta vacina no segundo trimestre deste ano, sendo que “as primeiras entregas à CureVac são esperadas para o verão de 2021”. A produção será feita na nova unidade de alta tecnologia da Novartis, em Kundl, que será adaptada às necessidades de produção da vacina mRNA. A CureVac espera que a sua vacina seja aprovada na Europa em junho.

Itália

Na terça-feira, a Câmara de Comércio Itália-Rússia anunciou que Itália iria produzir, a partir de julho, a vacina russa contra a Covid-19, Sputnik V. A vacina será produzida nas fábricas da farmacêutica italiana e suíça Adienne, em Caponago, no norte do país. Serão produzidas dez milhões de doses entre julho e janeiro de 2022. Caso a vacina não seja aprovada até julho pela Agência Europeia do Medicamento, as doses produzidas serão compradas de volta pelo fundo soberano russo e distribuídas em países onde já está autorizada.

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