Um ano depois da privatização, antiga CP Carga olha para novos mercados

A Medway reduziu significativamente os prejuízos, recuperou clientes e está a olhar para novos mercados. Carlos Vasconcelos, administrador da empresa, faz o balanço do primeiro ano de privatização.

Um ano depois de ter sido comprada pela multinacional MSC, a antiga CP Carga, agora Medway, prepara-se para entrar em novos terrenos. A empresa fechou o ano passado com uma redução significativa dos prejuízos de 15 milhões de euros que registava em 2015, tem novas locomotivas prestes a chegar, recuperou clientes e está a olhar para novos mercados. Em declarações ao ECO, Carlos Vasconcelos, administrador da Medway, faz o balanço do primeiro ano de privatização e fala sobre os próximos objetivos.

“O balanço é muito positivo. Várias são já as conquistas a registar”, diz Carlos Vasconcelos. Desde logo, a Medway desenvolveu e fortaleceu sinergias com portos marítimos e portos secos. Exemplo disso é a ligação Porto de Sines — Madrid, inaugurada na quinta-feira, com uma viagem excecional feita por um comboio de 29 vagões.

A viagem, explicou Carlos Vasconcelos, “enquadra-se numa estratégia de atuação da Medway, que pretende alargar a atividade para Espanha, ao mesmo tempo que une esforços com os portos nacionais“. E, embora tenha sido uma viagem excecional, “esta é uma clara demonstração da nossa capacidade de resposta”, destaca o administrador.

"Recuperámos clientes que havíamos perdido no passado e isso mostra a proposta de valor que conseguimos aportar ao mercado.”

Carlos Vasconcelos

Administrador da Medway

Carlos Vasconcelos destaca também “o contrato de aluguer de quatro locomotivas interoperáveis EURO 4000 a diesel para melhorar a nossa operação em 2017″ e “a renovação tecnológica” que está a ser implementada. “A nível comercial, recuperámos clientes que havíamos perdido no passado (entre eles o serviço de Irivo a Louriçal) e isso mostra a proposta de valor que conseguimos aportar ao mercado, sublinha ainda o administrador da Medway.

Para o futuro próximo, o objetivo é “continuar a ganhar espaço no mercado” e atrair novos clientes. “Para já, aguardamos a chegada das quatro novas locomotivas interoperáveis, que serão integradas na nossa atividade e vão estender a nossa área de transporte, nomeadamente permitindo não ter de mudar de tração na fronteira entre Portugal e Espanha. Acreditamos que isso trará valor aos nossos clientes. Quanto a novos mercados e serviços, teremos novidades em breve”, adianta Carlos Vasconcelos.

Resultados financeiros melhoram

Em termos financeiros, o ano terminou acima das nossas expectativas, pelo que o balanço ao final do primeiro ano é bastante positivo”, refere Carlos Vasconcelos. Em 2016, a empresa conseguiu “diminuir os prejuízos líquidos de forma considerável”, ao mesmo tempo que fizeram “crescer bastante o volume de carga de contentores transportada, na sequência das melhorias de eficiência e aumento de atividade” ao longo do último ano.

No final de 2015, antes de ter sido privatizada, a CP Carga registava prejuízos de 11 milhões de euros. No jantar de comemoração do primeiro ano de privatização, que decorreu na semana passada, Carlos Vasconcelos adiantou que os prejuízos da agora Medway deverão ter encolhido para dois milhões de euros.

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