Países queixam-se de “disparidades” na distribuição de vacinas na UE
Áustria, Bulgária, Croácia, República Checa, Letónia e Eslovénia queixam-se de que atual sistema de distribuição da Comissão Europeia está a criar "enormes disparidades" nas entregas de vacinas.
Os líderes de um conjunto de Estados membros escreveram aos presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia queixando-se de “enormes disparidades” na distribuição de vacinas entre os Estados membros, segundo o Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês).
Áustria, Bulgária, Croácia, República Checa, Letónia e Eslovénia assinaram uma carta em que reclamam que as entregas de vacinas “não estão a ser implementadas em bases iguais, de acordo com a chave de população”, sublinhado que “se este sistema continuar, criará e exacerbará enormes disparidades entre os Estados membros neste verão, onde alguns seriam capazes de alcançar a imunidade de grupo em poucas semanas, enquanto outros ficariam muito para trás”.
No entanto, outros Estados membros contestaram esta iniciativa, pois consideram que aqueles países estão a reclamar dos resultados adversos das suas próprias decisões de compras.
Por seu turno, a Comissão Europeia defendeu o sistema de distribuição que tem em curso e assegurou que a alocação das doses está a seguir um “processo transparente”.
Embora todos os países da UE tenham direito às vacinas adquiridas pela Comissão Europeia em proporção da população, cada Estado membro pode comprar mais ou menos vacinas consoante as suas decisões. Assim, as vacinas que forem “rejeitadas” podem ser adquiridas por outros Estados membros.
O que acontece é que vários países decidiram anteriormente “apostar” na vacina da AstraZeneca, por ser mais barata e ser menos exigente do ponto de vista do armazenamento, comprando menos vacinas da BioNTech/Pfizer e Moderna, as primeiras que receberam aprovação regulatória da UE. Contudo, estes países estão agora atrasados nas entregas devido aos problemas de produção da AstraZeneca.
Diplomatas disseram ao Financial Times que a disputa aberta por este conjunto de países centra-se em torno da distribuição de uma entrega acelerada de 4 milhões de doses de BioNTech/Pfizer.
“Alguns países não compraram tudo o que podiam. Eles escolheram outra estratégia apostando noutras vacinas que fossem mais baratas e fáceis de transportar para estarem disponíveis para eles”, disse um diplomata da UE. “Não é justo nem tem nada a ver com solidariedade mudar o sistema de distribuição conforme foi acordado”, acrescentou.
A questão da estratégia da vacina será debatida na próxima cúpula da UE em 25 e 26 de março.
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