Recuperação gera rápido aumento da procura mundial de petróleo mas oferta é suficiente, diz AIE

  • Lusa
  • 17 Março 2021

A Agência Internacional de Energia (AIE) sublinha que as reservas "ainda parecem amplas" quando comparadas com os níveis históricos.

A recuperação económica está a gerar um rápido aumento da procura mundial de petróleo, que no primeiro trimestre já é superior ao previsto, mas a Agência Internacional de Energia (AIE) insiste que a oferta é mais do que suficiente.

No relatório mensal sobre o mercado petrolífero publicado esta quarta-feira, a Agência Internacional de Energia (AIE) sublinha que as reservas “ainda parecem amplas” quando comparadas com os níveis históricos, apesar de em janeiro as da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) terem caído pelo sexto mês consecutivo, designadamente em 14,2 milhões de barris.

No entanto, com 3.023 milhões de barris no final de janeiro, as reservas estavam ainda 63,2 milhões de barris acima da média de 2016-2020 e 110 milhões de barris acima do volume quando a crise da covid-19 eclodiu há um ano atrás. Os dados provisórios para fevereiro mostram que as reservas industriais nos EUA, Europa e Japão caíram em conjunto 52,6 milhões de barris.

A agência envia a mensagem de que, apesar dos desenvolvimentos mais recentes, que fizeram com que o preço de um barril de Brent se aproximasse dos 70 dólares, algo que não acontece desde maio de 2019, não há nenhum estrangulamento no abastecimento à vista, porque a margem é muito grande.

Entre estes desenvolvimentos destaca-se o aumento do consumo, que neste primeiro trimestre será em média de 93,9 milhões de barris por dia, ou seja, 300.000 barris mais do que o que a própria AIE previu há um mês atrás. Os autores do relatório atribuem isto a um Inverno mais frio no norte da Ásia, na Europa e nos Estados Unidos.

Embora o aumento do consumo deva continuar no segundo trimestre, graças ao reforço da economia e à vacinação contra a covid-19, a AIE não alterou sua previsão anterior para 2021. Após a queda histórica de 8,7 milhões de barris por dia em 2020, este ano o aumento será de 5,5 milhões para 96,5 milhões de barris por dia em média.

Do lado da oferta, em fevereiro esta caiu dois milhões de barris por dia para 91,6 milhões devido a paragens forçadas em alguns poços nos Estados Unidos e à decisão da Arábia Saudita de reduzir a sua quota em mais de um milhão para agir sobre o preço. A isto juntou-se o anúncio no dia 4 da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e dos parceiros do prolongamento dos seus cortes por mais um mês.

Os restantes produtores de petróleo que não fazem parte deste acordo, que reduziram a produção em 1,3 milhões de barris por dia em 2020, este ano irão aumentar em 700.000 barris.

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