CTT exigem compensação ao Estado pelos “impactos da pandemia”
Os CTT pediram uma compensação ao Estado pelos "impactos da pandemia", totalmente em dinheiro ou parte dela por via de um aumento dos preços do correio. E não é a única exigência da empresa.
Os CTT CTT 0,00% iniciaram “procedimentos formais” para pedirem uma compensação ao Estado pelos “impactos da pandemia” no negócio do correio. A compensação poderá passar por um pagamento total em dinheiro, ou parte dela por um aumento dos preços do correio.
Não é a única exigência da empresa. O grupo postal também defende uma revisão das “condições financeiras” do atual contrato de concessão do serviço postal universal, que foi prorrogado “unilateralmente” pelo Governo até ao fim do ano.
Estas informações foram reveladas pelo presidente executivo, João Bento, durante uma conferência telefónica com os analistas, horas depois de ter apresentado uma quebra de 43% nos lucros de 2020, para 16,7 milhões de euros.
Não é claro o montante da compensação que é exigido pelos CTT e a empresa está preparada para receber um “não”. Por isso, para o gestor, o resultado “mais provável” é que estas exigências culminem num “processo de arbitragem” com o Estado.
As exigências dos CTT pós-pandemia:
Nova concessão tem de ser “sustentável”
Os CTT estão a trabalhar com o Governo no sentido de definirem as condições para um eventual novo contrato de concessão do serviço postal universal pós-2021. Em fevereiro, o Executivo formalizou a criação de um grupo de trabalho para desenhar as novas condições, trabalho que deve estar concluído até 19 de abril.
Na apresentação de resultados aos analistas, a administração dos CTT elevou a fasquia e reiterou que qualquer nova concessão tem de ser “sustentável” do ponto de vista financeiro. A empresa revelou ainda que defende a instituição de uma “alavanca de preços”, um mecanismo que a empresa poderia acionar para subir os preços do correio perante condições excecionais, como uma pandemia.
Os CTT querem ainda mais “flexibilidade operacional”, outra forma de dizer que a empresa exige um alívio dos indicadores de qualidade atualmente definidos pela Anacom. Esta é uma medida que tem vindo a ser reclamada pela administração dos CTT. O board entende que os critérios atuais são “impossíveis” de cumprir e, em 2019, a empresa falhou todos os indicadores definidos pelo regulador, voltando a considerá-los “extremamente exigentes”.
Na chamada telefónica com analistas, João Bento fez voz grossa. Questionado sobre a possibilidade de um falhanço nas negociações com o Governo, cenário em que os CTT perderiam a concessão do serviço postal universal, o gestor disse que a exigência relacionada com a “sustentabilidade” do serviço postal universal é para ser “levada a sério”.
Caso não haja concessão, a empresa não exclui avançar com um serviço semelhante ao serviço universal, definindo “os seus próprios termos”. “Para entrarmos num contrato, tem de ser sustentável e lucrativo”, avisou o presidente executivo, João Bento.
No rescaldo da apresentação de resultados, que teve lugar ao final da tarde de terça-feira, os CTT estiveram sob forte pressão na bolsa de Lisboa esta quarta-feira. Entretanto, os títulos recuperaram ligeiramente e seguem inalterados, a cotarem em 2,92 euros.
(Notícia atualizada pela última vez às 14h53)
Evolução do preço das ações dos CTT na bolsa de Lisboa:
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