Tem crédito? Prestação da casa volta a baixar
Encargos mensais com o crédito à habitação reduzem-se entre 0,2% e 1,9% no próximo mês. Empréstimos com indexantes de prazos mais alargados são os mais beneficiados.
No próximo mês vai ver revista a taxa de juro do crédito à habitação? Pois vai ter boas notícias. Vai sentir um novo alívio nos encargos mensais com a casa. As prestações do crédito à habitação vão baixar, entre 0,2% e 1,9%, face à última revisão, para se fixarem num novo mínimo histórico. Quanto mais alargado for o prazo do indexante associado ao empréstimo, maior será o benefício.
É o que acontecerá no caso dos agregados cujos empréstimos da casa estão associados à Euribor a 12 meses, já que só agora vão tirar partido da descida do indexante registada ao longo do último ano. Assumindo o cenário de um crédito no valor de 100 mil euros, a 30 anos, e com um spread de 1%, resulta numa poupança mensal de 6,23 euros, com a prestação a baixar para 317,34 euros mensais. O número de famílias que irá tirar partido dessa redução será contudo baixo, já que a Euribor a 12 meses ainda tem pouca expressão no total do crédito à habitação, apesar de muitos bancos já a estarem a privilegiar na concessão de novos empréstimos.
Evolução da Euribor a três meses
Já as famílias cujos créditos assumem como indexante a Euribor a seis meses, verão a prestação reduzir-se em 0,7% no próximo mês, o que lhes permitirá uma poupança mensal de 2,12 euros, com a prestação a descer até aos 310,96 euros. Os empréstimos indexados à Euribor a três meses, beneficiarão da poupança mais curta. Esta será de apenas 71 cêntimos por mês, com os encargos mensais a baixarem para os 306,93 euros (menos 0,2% face à anterior revisão) ao longo dos próximos três meses.
Juros negativos até março de 2019
As famílias portuguesas continuam assim a tirar partido da política de alívio monetário por parte do Banco Central Europeu (BCE), em que a fixação da da taxa de juro de referência da Zona Euro mínimo histórico de 0% é uma das principais medidas. Uma decisão que tem beneficiado bastante as famílias com crédito à habitação e que deverá continuar a fazê-lo pelo menos durante mais algum tempo.
O mercado antecipa que os juros se mantenham negativos até março de 2019. Só a partir dessa altura, é que vê o indexante a assumir valores positivos, mas ainda assim baixos. A expectativa aponta para que só em março de 2021 a Euribor a três meses ultrapasse a fasquia dos 0,5%. Um cenário que decorre do compromisso do BCE em garantir que a economia europeia descole face à débil situação em que ainda se encontra.
Contudo, a recente evolução das expectativas do mercado mostram a inversão dos juros cada vez mais próxima. Em novembro, os futuros para a Euribor a três meses sinalizavam que, só no final de 2019, o indexante retomasse valores positivos. Uma aproximação no tempo que surge depois de a Reserva Federal dos Estados Unidos ter subido a taxa de juro de referência pela segunda vez num ano, em dezembro, e aberto a porta a mais subidas ao longo deste ano. Ou seja, a pressão para o BCE seguir o mesmo rumo aumenta.
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